09
de novembro de 2014 | N° 17978
PAULO
SANT’ANA
Drogas
liberadas
Leio
que um juiz mandou soltar o chefe do tráfico no Complexo do Alemão no Rio de
Janeiro e o secretário da Segurança carioca ficou indignado.
A
respeito disso, nunca entendi direito por que prendem os produtores de drogas e
os traficantes de drogas, e não prendem os consumidores de drogas.
Afinal,
nesse elo entre produtores, traficantes e consumidores, o vértice mais
importante desse triângulo são os consumidores. Se estes não existissem, não
iria haver os produtores e consumidores. Traficar e produzir para quem?
Mas
como o consumo de drogas está espalhado e enraizado na sociedade, iria ser um
deus nos acuda mandar prender os usuários de drogas. Acabaria alguém da nossa
família ou do nosso círculo mais íntimo sendo levado à cadeia.
Isso
se tornaria perigoso para nós todos.
Deduzo,
então, que os consumidores de drogas não são presos porque são eles que
sustentam esse elo entre a traficância e o consumo, eles é que pagam pelo
vício. Os produtores e os traficantes são pagos por eles.
Quando
se fala em liberar as drogas, parece que uma bomba é lançada sobre a sociedade
e muitos alegam que o consumo de drogas então seria alastrado como uma grande e
maior praga social da que agora assim se configura.
Mas
uma coisa é certa nisso tudo: fossem liberadas as drogas, morreria muito menos
gente, ou melhor, não morreria ninguém assassinado. E tantas pessoas são
assassinadas no Brasil por causa das drogas.
Eu,
se fosse importante, faria esta experiência: liberar as drogas. Tenho quase
certeza de que a situação social melhoraria.
Para
começar, acabariam os traficantes. Todo mundo iria comprar suas drogas no
comércio legal e licenciado.
Não
seria de se fazer essa experiência? Só em escrever isso, sei que arrepio muita
gente. Mas essa gente não se arrepia agora com as drogas proibidas?
Isso
que nunca usei droga em minha vida.
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