17
de novembro de 2014 | N° 17986
PAULO
SANT’ANA
Juízo Final
Os
meus leitores já devem saber que eclodiu aquele que já é considerado o maior
escândalo político de todos os tempos e que a Polícia Federal apelidou de Operação
Juízo Final. A PF prendeu anteontem 18 executivos de empresas brasileiras,
muitos dos quais presidentes dessas empresas – além do diretor da Petrobras,
Renato Duque –, acusados de pagar e exigir propinas para favorecer aquelas
empresas em negócios da estatal.
O
montante da corrupção e dos negócios acertados é de bilhões e bilhões de reais.
A
Polícia Federal já tem elementos para provar que parte das propinas pagas foi
destinada ao caixa do Partido dos Trabalhadores.
“Nunca
antes neste país” foram presos tantos empresários envolvidos em corrupção no
governo.
É evidente
que há governantes atolados até o pescoço no envolvimento com esse escândalo. Se
eles serão alcançados pelas investigações e punidos é outra coisa.
Esses
safados quebraram literalmente a Petrobras, cujas ações desceram em cotação nos
últimos dias abaixo do rabicho do cachorro.
A presidente
Dilma Rousseff declarou ontem que “o Brasil nunca mais será o mesmo depois
deste escândalo. Eu acho que esse escândalo vai mudar o Brasil para sempre”.
Se
tivesse sido publicado esse escândalo dois dias antes da reeleição de Dilma, Aécio
Neves teria sido o eleito.
Será
que esperaram a eleição para depois, só depois, divulgar o escândalo?
Mas
ainda bem que agora o publicaram.
Também
está atolado até o pescoço, com prisão decretada, o presidente da OAS, a
empresa que construiu a Arena do Grêmio.
Esse
estádio está ficando maldito.
Sobre
esse escândalo insuperável em repercussão, tirei do Eclesiastes, um livro do
Velho Testamento, a seguinte passagem: “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo
para todo o propósito debaixo do céu. Há um tempo de nascer, e tempo de morrer.
Há tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou”.
Pelo
que vemos, vivemos o tempo de o PT e o governo colherem o que plantaram.
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