Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
10 de junho de 2009
N° 15996 - MARTHA MEDEIROS
O segundo lugar
Não sei se você já reparou. Quando alguém vai entrevistar uma modelo famosa e pergunta como ela iniciou a carreira, é quase certo que ela vai dizer que estava acompanhando uma amiga num teste e que acabou sendo a escolhida, mesmo não querendo nada com aquilo.
E, quando entrevistam um ator famoso, é comum ele contar que passou anos fazendo papéis figurativos até que foi chamado para substituir às pressas um galã que ficou doente, e só então sua carreira decolou.
Tem também o caso clássico da vencedora de concurso de beleza que acaba sendo ofuscada pela candidata derrotada. Em 1994, Gisele Bündchen ficou em segundo lugar no concurso da Elite, perdendo para Claudia Menezes, sabe a Claudia? Ninguém sabe. E tem a nossa vice Miss Universo, Nathalia Guimarães, até hoje em evidência como se fosse dela a faixa, o cetro e a coroa.
Não sei como se explica isso, mas o fato é que acontece: em concursos das mais diversas naturezas, os que ficam em segundo ou terceiro lugar despontam, enquanto que os ganhadores, por vezes, desapontam.
Logo, a ideia de que sucesso significa entrar pela porta da frente nem sempre é exata. As pessoas mais bem-sucedidas que eu conheço entraram discretamente pela porta dos fundos, e o talento, o esforço e o destino as conduziu, com o tempo, para o palco de onde nunca mais saíram.
Dá para acreditar que Luis Fernando Verissimo começou sua carreira jornalística escrevendo horóscopo? Pois é. E ele só aprendeu a tocar sax porque na cidade onde morava nos Estados Unidos, durante sua adolescência, não havia aula de trompete, que era o seu verdadeiro sonho.
Lembrei de tudo isso por causa do fenômeno Susan Boyle, assunto que já torrou a paciência de todos, mas que serve como reflexão sobre ganhar e perder.
Ela passou pelas duas coisas: primeiro ganhou uma projeção absurda com sua performance num concurso de calouros e ficou meio lelé com a mudança repentina da sua vida. Agora, creio que a melhor coisa que aconteceu para essa jovem (meros 48) foi ter perdido para o grupo de dança na finalíssima do programa Britain’s Got Talent.
Ela já assinou contratos para shows e, se conseguir superar seus abalos psicológicos, incrementar o repertório e levar a sério o seu dom, poderá ter uma carreira muito mais promissora do que os dançarinos que levaram o primeiro lugar... qual é mesmo o nome deles?
Numa era em que todos querem vencer e se destacar com o maior imediatismo possível, de preferência encurtando os caminhos, vale lembrar que as portas laterais, aquelas mais modestas e sem campainha, também dão acesso ao mundo em que se pretende entrar.
Permanecer nele é outro assunto.
Aproveite o dia. Uma ótima quarta-feira para você.
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