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sexta-feira, 26 de junho de 2009
26 de junho de 2009
N° 16012 - PAULO SANT’ANA
A nossa labirintite
E os meus leitores e os meus amigos tão cheios assim daqueles cuidados com que velam minha saúde, como por exemplo esta: “Estimado amigo. Tenho te achado muito abatido, por favor melhore, cuide-se, se eu estivesse por perto, na tua cidade, eu iria te fazer um chá de esperança, me parece que é do que precisas ultimamente.
Mas, por favor, tome ao menos um chá de canela com leite, isto te ajudará a melhorar. É uma glória ter 70 anos, a labirintite vai passar e tua amiguinha canina também vai melhorar, confie em Deus, tenha mais fé. Um carinhoso abraço, (ass.) Rosane Vontobel (rosane@urisantiago.br).
Interessante, foi a minha frase aquela (estou cheio de esperança e sem nenhuma fé) que decretou estes conselhos de muitos leitores para que eu permaneça estimulando a minha esperança, mas que, para equilibrar meu estado físico-emocional-psíquico, me muna também de muita fé.
Se eu tivesse ao mesmo tempo fé e esperança, seria um titã, um homem imbatível, um hércules a quem o meu pessimismo congênito e essa tristeza quase que permanente não abateriam.
Já me dou por satisfeito por ter esperança, a fé é um estado psíquico que não me domina por estar muito remoto de mim.
Cheio de esperança, vazio de fé, é assim que me encontro.
E é assim que vou me preparando para o melhor e para o pior.
E os que chegam até a rezar para que eu pare de fumar e ainda viva muitos anos! Caso do meu colega: “Esta deve ser a milésima mensagem sobre estímulo para parar de fumar. Mas, depoimento de quem fumou 28 anos sem parar um só dia: o sofrimento de quem para é tão grande que não pode ser desperdiçado com a reincidência. Abraço e boa sorte do teu fã, (ass.) Marcelo Rech (diretor de Produto da RBS)”.
Como eu sou multimídia, a alguns leitores escapa o que digo no Jornal do Almoço.
Esta semana, no JA, eu falei da ternura que tenho pela minha cadelinha poodle chamada Pink.
Vocês não vão acreditar, ela ficou doente há cinco dias e tombou no chão, não podendo se levantar.
Os veterinários deitaram-se a procurar o diagnóstico. Inicialmente parecia ser AVC, mas depois chegaram a um acordo: o que minha adorada cadelinha tem é LABIRINTITE.
Exatamente a doença mais grave que tenho entre as nove doenças que se abateram sobre mim nos últimos 60 dias.
Pergunto: labirintite é contagiosa? Como pode a coincidência de uma cadela e seu dono terem ao mesmo tempo a mesma doença?
Eu sei mais do que ninguém que os animais, principalmente os cães, são iguais aos homens. Têm as mesmas reações e as mesmas iniciativas afetivas.
Mas daí à minha cadela ter ao mesmo tempo, no mesmo período de tempo que eu, a mesma doença que tenho, bem, isso é no mínimo intrigante: na minha casa atualmente há dois seres com labirintinte, ziguezagueando entre os móveis, hesitantes para andar, tontos de equilíbrio físico e magistralmente tontos de amor um pelo outro.
Deus cure depressa a mim e à minha adorada cadelinha. Deus não tire ela de mim nem eu dela, é o que imploro.
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