domingo, 28 de junho de 2009


JULIO ABRAMCZYK - COLUNISTA DA FOLHA

A realidade da morte

A repercussão provocada pela morte (aparentemente súbita) de Michael Jackson está relacionada não só à perda sentida pelos seus admiradores mas igualmente ao fato de que o acontecimento, atingindo uma personalidade pública, nos remete rapidamente à realidade de que podemos morrer.

Segundo o professor Franklin Santana Santos, da disciplina de emergências clinicas do HC/FMUSP, a morte permanece uma figura sombria para muitas pessoas, cuja existência só é levemente por elas percebida.

No livro "A Arte de Morrer Visões Plurais", Santos analisa os aspectos culturais da morte e explica que ela mexe com a questão que mais inquieta a humanidade: a sobrevivência pós-morte. Para o médico, se não podemos esquecê-la ou negá-la, gostaríamos de pelo menos controlá-la através dos avanços médicos.

Entretanto, apesar de negarmos a morte de todas formas possíveis, a morte insiste em fazer parte do nosso dia a dia: ela invade a nossa vida pelo rádio, pelos jornais e pelo noticiário da televisão.

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