Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
15 de junho de 2009
N° 16001 - SERGIO FARACO
Um frasista
O gênio militar do grande rei macedônio, sua invencibilidade no campo de batalha e o magnetismo pessoal que empolgava 40 mil soldados, ofuscaram aspectos notáveis, ao menos curiosos, de seu intelecto, como a presença de espírito, ou de sua índole, na intimidade folgazã e ligeiramente escarninha. E era autor de boas frases.
Depois de impor fragorosa derrota ao exército da Pérsia (Isso, 333 a.C), e enquanto atacava Tiro, no Levante, Alexandre recebeu mensagem do soberano persa, com uma proposta de rendição: Dario oferecia 10 mil talentos e entregava todas as terras a oeste do rio Eufrates. Alexandre reuniu o estado-maior para apreciá-la.
Seu general, Parmênio, aconselhou: “Eu aceitaria a oferta, se fosse Alexandre”. O rei, que só admitia a rendição incondicional, retrucou com um de seus mais famosos rasgos: “Eu também aceitaria, se fosse Parmênio”. Tinha apenas 23 anos.
Em 331, em Gaugamelos, tornou a vencer Dario. Em meio à batalha, chegou-lhe um emissário com um recado de Parmênio: precisava de auxílio, o flanco sob seu comando tinha cedido ao ponto de perder a bagagem da tropa. Alexandre mandou o soldado de volta: “Diga a Parmênio que, se vencermos, teremos a bagagem do inimigo, e se perdermos, todos os homens corajosos estarão mortos”.
No ano seguinte, invadia o Irã.
Entrementes, na longínqua Grécia, o general que permanecera no comando militar da Macedônia, Antípatro, submetia os espartanos, que não participavam da liga das cidades gregas. Orgulhoso, enviou um despacho ao rei, relatando o feito. Alexandre leu e comentou para os íntimos: “Parece que, enquanto conquistamos o Oriente, houve uma batalha entre sapos e ratos na Arcádia”.
Esse Antípatro, na capital macedônia, vivia às turras com a rainha-mãe, Olímpia. Ambos escreviam regularmente a Alexandre, com mútuas queixas: o general a acusava de interferir em questões de sua alçada e ela lhe censurava a arrogância.
Em Susa, já de retorno de sua aventura na Índia, Alexandre recebeu novas cartas de ambos, e ao ler a da mãe, reclamou: “Ela exige um caro aluguel pelos nove meses”.
Morreu pouco depois na Babilônia, aos 32 anos e oito meses, em 28 de junho de 323 a.C., de uma súbita febre. Na Macedônia, correu o boato de que fora envenenado por um pajem, a mando de Cassandro, filho de Antípatro.
A receita teria sido aviada por Aristóteles, para vingar o sobrinho Calístenes, que seu ex-pupilo mandara matar. Era a versão de Olímpia, figurinha mais venenosa do que qualquer veneno.
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