sábado, 27 de junho de 2009



27 de junho de 2009
N° 16013 - MOACYR SCLIAR


Saúde depende de (boa) informação

No currículo do dr. Drauzio Varella lemos que ele, além de conhecido médico oncologista e pesquisador, foi também um dos fundadores da Universidade Paulista e da Rede Objetivo, onde lecionou física e química.

Ou seja: ele tem experiência pedagógica. Todo médico deveria, como Drauzio, ser um educador. Desse trabalho educativo dá testemunho a coleção de textos sobre saúde que agora está sendo lançada pela RBS Publicações.

Esta dupla chancela garante a qualidade dos textos. Mas como avaliar outras informações que nos chegam constantemente, pela mídia, pela internet, em conversas com pessoas? Como saber o que é sério e o que não é, o que tem fundamento e o que não tem?

A National Network of Libraries of Medicine, Rede Nacional de Bibliotecas de Medicina dos Estados Unidos, dá uma série de dicas úteis neste sentido. Em primeiro lugar, é preciso saber quem dá a informação.

Um título universitário, uma posição de responsabilidade em área governamental (no país ou no Exterior) são importantes. No caso dos sites, as letrinhas “org”, “gov”, “edu”, no endereço eletrônico, representam uma garantia.

Um comentário que fala de um único caso (“Fulano estava muito doente, recorreu ao nosso tratamento...”) não é confiável.

Estudos têm de trabalhar com muitos casos. E, no caso de tratamento, estudos têm de comparar uma droga ou procedimento novos com os que já existem.

Devemos desconfiar de “tratamentos revolucionários”, de “curas espetaculares”; isto, em medicina, é raro. Um trabalho honesto também menciona os problemas, os efeitos colaterais, gerados por métodos de diagnóstico ou tratamento.

A publicação na qual originalmente apareceu o trabalho também diz muito sobre ele: no plano internacional, revistas como British Medical Journal, Lancet, New England Journal of Medicine, Journal of American Medical Association impõem respeito. E as recomendações que resultam de consenso, da reunião de profissionais gabaritados, merecem ser examinadas.

Estamos vivendo uma nova fase da medicina, uma fase na qual o paciente já não é mais a figura desamparada do passado. Ele pode, sim, estar em condições de trocar ideias com seu médico.

Para isto, a coleção que agora está sendo lançada representará uma importante contribuição. Como o são o bom senso e a inteligência na hora de buscar informações.

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