sábado, 27 de junho de 2009



27 de junho de 2009
N° 16013 - PAULO SANT’ANA


Michael Jackson

Obrigado pelo pai até com tortura, fez sua primeira gravação como cantor aos cinco anos.

Mas, além de cantor, a vida o faria exímio dançarino.

Foi o único dos negros em todas as épocas no orbe terrestre que conseguiu a façanha de tornar-se branco.

Tornou-se inexoravelmente adulto quando nunca deveria ter deixado de ser criança.

Maquiava-se e sofria cirurgias como se fosse mulher.

Nunca houve no palco um tão intenso e completo transexual.

Ombreou-se inicialmente com Elvis Presley, para mim o maior cantor que já surgiu no Universo. Ficarão tombadas no canal semicircular lateral da beira do meu labirinto, lá dentro do meu ouvido entre médio e interno, as suas baladas enternecedoras. Depois, Michael bateu espetacularmente Elvis porque os trejeitos tímidos e hesitantes de Elvis no palco pareciam macaquices comparados com os malabarismos excitantes de Jackson.

Vendeu quase 1 bilhão de discos. Os levantamentos são confusos, mas há certeza de que Michael Jackson vendeu 850 milhões de discos, sabe-se lá quantos milhões ou bilhões de DVDs vendeu (desculpem os leitores, mas não sou dado a esse tipo de estatística, mas este negro que virou branco estabeleceu confusão em todos os itens de suas conquistas).

O que importa é que Michael Jackson atingiu façanhas que ninguém conseguiu, equiparou-se a Frank Sinatra, a Elvis Presley, a Madonna, aos Beatles, equiparou-se ou bateu a estes e a Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Kobain etc.

Enfim, ele foi uma lenda viva que teve a mais lenta morte que qualquer outro artista. Nem o próprio Elvis Presley foi se desfigurando tanto fisicamente e tão aos poucos quanto ele.

Agora se estabelece uma corrida gigantesca aos seus discos, deve-se erguer um memorial e um mausoléu a ele, mais magnificentes do que os que foram erguidos para Elvis, para Lennon ou para Sinatra.

As televisões e as rádios de todo o mundo estão mostrando os sucessos e o sucesso de Jackson a todo o instante desde anteontem.

Isso comprova mais uma vez a máxima batida de que os grandes vultos da humanidade, de Van Gogh a Michael Jackson, só são realmente reconhecidos ou mais intensamente reconhecidos depois da morte.

Já pensaram no dia que eu morrer? O trânsito vai ficar paralisado de Caxias do Sul até Florianópolis.

Vão ter de chamar o Exército para auxiliar a Polícia Militar na organização do meu enterro.

Isso é o que sempre mais sonhei na minha megalomania: o Exército intervindo finalmente na segurança pública do meu enterro.

E o desfile das massas populares na fila para ver o meu féretro vai durar uns 15 dias. Que morte!

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