segunda-feira, 8 de dezembro de 2008



Construção, tragédia, desconstrução, construção

Na natureza, na vida pessoal e na coletiva, a vida e a morte, a construção e a desconstrução se sucedem, desde que o mundo é mundo.

Chuva, enchentes, pessoas, terremotos, maremotos, incêndios, ciclones, mares e rios constroem e destroem nos infinitos caminhos que percorrem através do tempo.

A tragédia de nossos vizinhos catarinenses nos toca de modo especial, pela magnitude e pela proximidade, e as mobilizações e a solidariedade mostram que, nesses momentos, o essencial é mesmo a ajuda.

Em épocas de bonança, tantas vezes as pessoas se recolhem aos seus domínios, curtindo as benesses sozinhas ou com poucos parentes e amigos.

Nas horas de céu de brigadeiro, mar calmo e temperatura amena, os humanos ficam sonhando imortalidades, fortalezas eternas e pensam que nada de mal os poderá atingir, enquanto sentem o entardecer na pele, flutuando num barco, andando a cavalo, deslizando num carro na freeway, andando de bicicleta ou simplesmente caminhando despreocupadamente num parque florido.

É até bom que seja assim. Ninguém agüenta tragédias o tempo inteiro e quem nunca enfrentou grandes problemas não dá o mesmo valor para os momentos de felicidade e paz.

Não estou dizendo novidades, eu sei. Nem é o que pretendo. Nessa hora de horror, além de ajudar os irmãos de Santa, o melhor é se dar conta, mais uma vez, de que estamos de passagem pela terra e que devemos valorizar cada segundo vivido, seja ele fácil, difícil, alegre ou triste.

O tempo não pára. Madre Teresa de Calcutá disse que quando nos relacionamos com alguém, o melhor é sair do encontro melhor do que quando chegamos.

Emendando a preciosa lição da religiosa gigante, é bom pensar que, quando entramos em contato com as coisas do mundo, é conveniente sair melhor da aproximação.

Mesmo quando a natureza e as pessoas se mostram destrutivas, sempre dá para tirar alguma coisa boa e produtiva do fato. Rezar, ajudar, dar-se conta de que somos frágeis anjos de uma asa só, que precisamos do outro para voar, por exemplo.

Existe o tempo para construir, o tempo de destruição e o tempo de reconstruir. Existe tempo para sonhar, executar, semear e colher.

O tempo agora é de ajudar os vizinhos, que, no dia em que precisarmos, certamente não vão nos negar solidariedade. Jaime Cimenti

Ótima segunda-feira e uma excelente semana para todos nós

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