Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
19 de dezembro de 2008
N° 15824 - JOSÉ PEDRO GOULART
A dança do desaforo
Ah, o mundo, esse grãozinho no espaço infinito. Entra ano e sai ano e nós aqui, tentando nos convencer que alguma coisa faz sentido. Um gol, um poema, um tiro, uma noite de prazer. Que nada. Olimpíadas, eleições ou o crash da economia. Tampouco. No finalzinho de 2008 é que foi aparecer uma dessas imagens que valem um milhão.
Fosse um tiro e o Bush sairia dessa de herói. Fosse um tapa e ele poderia revidar. Mas uma sapatada...filmada, divulgada, reeditada, sonorizada, repetida? Deus e o diabo no limbo da Internet, que tanto nos tira e tanto nos dá.
É nela que irá se inocular a imagem do sujeito mais poderoso do planeta tendo que se abaixar ante a inusitada arma do inimigo. Não tem volta, não tem censura, ou vacina que segure.
Que dívida, amigo, que eu, você e a torcida do Íbis temos com esse jornalista. E o Saramago vem com essa de que a gente não merece a vida. Mas como ficaria o universo sem a Nona do Beethoven, Guajira Guantanamera e agora a sapatada do iraquiano?
E pensar que 2008 já ia indo; no Brasil, levando as pelancas da Dercy e trazendo as da Madonna – pelanca vai, pelanca vem, mesmo com toda musculação não tem jeito (que tudo o que está feito acaba desfeito).
Bom, meio que saí do tema – me empolguei, mas eu dizia que 2008 já ia indo. E até aqui o padre dos balões era quem estava com a taça na mão. Pô, a taça do ano era nossa!
Antes, o Ronaldo já havia, digamos, engatado uma marcha na tentativa que fôssemos nós os ganhadores do bafão do ano. Mas, na última curva, faltando poucos metros para a bandeirada, perdemos por um sapato, digo, por dois – quase nada.
Pisa no siri. Segura o remelexo. Chuta a lambada. E então, pessoal do samba, do axé, do bloco do chulé, que tal a idéia de uma nova dança? Quem sabe a Sapadança, a dança do sapato louco no baile dos enviesados? Nessa baile vale tudo, até a cachaça servida engana o bafômetro. É tudo ao contrário. É a dança do desaforo. O protesto do proletário.
Depressa pessoal, vamos nos incluir nesse time de arremessadores. Pire, tire, então mire e o chefe que se vire. É nóis. Só no arrebento. É a revanche dos chinelão. E pode vir, ô 2009, que a gente te espera dançando, mas de sapato na mão.
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