segunda-feira, 1 de dezembro de 2008



01 de dezembro de 2008
N° 15806 - PAULO SANT’ANA


Os dramas da enchente

São incontáveis os dramas humanos agudos que se desenrolaram em Santa Catarina durante a calamidade das chuvas.

Alguns deles foram retratados com muita eficiência e desvelo nas páginas de ontem de Zero Hora, quando os repórteres Carlos Etchichury e Itamar Melo trouxeram-nos relatos dramáticos das pessoas que perderam seus familiares, mortos na tragédia,

além do tremendo vazio existencial que se instala entre os desabrigados, farrapos humanos que ficaram sem suas casas, sem seus móveis, sem seus animais de criação, muitos deles até mesmo sem seus terrenos, outros sem seus empregos.

Ficaram sem nada, têm de reconstruir tudo. Uma desolação.

E como não foi a mão humana que deflagrou a calamidade, ao contrário das tragédias em que há culpados, a indignação deixa lugar só para a perplexidade.

E chega a dar orgulho em quem é gaúcho a forma como nosso Estado está se solidarizando material e moralmente com os irmãos catarinenses.

Ficou para a última rodada a decisão do campeonato nacional.

Mas a classificação do Grêmio para a Libertadores já se constituiu num grande alívio para a torcida gremista. Caso o São Paulo vença o Goiás no próximo domingo, restará o consolo para os gremistas de participar da Libertadores em 2009.

E num campeonato cuja fórmula se revelou desastrosa nas rodadas finais, com times jogando com reservas e outros, como o Botafogo, ontem, perdendo de propósito para o Figueirense para tentar rebaixar o Vasco, elogie-se o comportamento dos jogadores do Internacional que atuaram ontem e do técnico Tite:

eles tiveram alto grau de dignidade profissional e não se importaram que sua vitória sobre o Cruzeiro pudesse favorecer o Grêmio. Que belo exemplo de honradez e desportividade.

Não foi o Inter que classificou o Grêmio para a Libertadores. Mas o admirável é que o Inter, em campo, desconheceu que sua vitória pudesse favorecer o Grêmio. Parabéns.

O último esforço da direção do Grêmio terá de ser o envio para o Goiás de substancioso bicho extra visando à decisão, que foi transferida estranhamente para Brasília.

Sem grande bicho extra, qual será a motivação do Goiás?

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