11 DE SETEMBRO DE 2020
PERIMETRAL
Para onde a cidade vai
A notícia é espetacular: já são 40 dias de estabilidade nos indicadores de saúde em Porto Alegre. Nunca a desaceleração no contágio foi tão consistente. Já passou tempo suficiente para avaliar o impacto da reabertura do comércio - e, até agora, não houve grandes oscilações na ocupação dos leitos de UTI.
Para completar, o atendimento a pessoas com sintomas de coronavírus em postos de saúde caiu 20% em dois meses, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde. Não é pouco. E a prefeitura avalia que esse índice, ali adiante, deve se refletir também em menos pessoas internadas em UTI.
- É verdade que a ocupação das UTIs, embora estável, continua bem alta. O lado bom é que o número de porto-alegrenses ganhando imunidade também é grande. E ninguém ficou sem atendimento - diz o prefeito Nelson Marchezan.
Mesmo assim, os próximos passos precisam ser curtos. Qualquer aceleração na circulação do vírus pode, sim, levar o sistema de saúde ao limite da capacidade. Por isso, não haverá decretos estendendo o horário do comércio nos próximos dias - as entidades empresariais tinham pedido uma hora a mais nas lojas de rua.
Segundo Marchezan, o foco da semana que vem serão as reuniões com setores da educação. É provável que, já na outra semana (que começa no dia 21), o ensino profissionalizante esteja liberado com uma série de protocolos.
- Com tanta gente em busca de emprego, defendo que as escolas profissionalizantes e o EJA (Educação de Jovens e Adultos) estejam entre os primeiros a voltar - afirma o prefeito.
Ele ressalta que, se comparado à educação básica, o número de estudantes desse universo é pequeno - e o fato de serem adultos facilita o cumprimento de protocolos, como o distanciamento entre os alunos. Se os indicadores de saúde permanecerem como estão, com a educação de adultos liberada, Porto Alegre passa em mais um teste importante.
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