quarta-feira, 23 de setembro de 2020


23 DE SETEMBRO DE 2020
INFORME ESPECIAL

Números mostram que ônibus andam de ré na Capital

Dados da EPTC revelam uma quase normalidade no trânsito da Capital. Os carros que entram na cidade são hoje mais de 95% dos que ingressavam antes da pandemia. Nas ruas de Porto Alegre, o tráfego já chega 90% do movimento considerado normal.

Mas há um ponto que destoa dessa lógica. As linhas de ônibus têm apenas 40% da sua ocupação utilizada. Alguns fatores contribuem para esse desequilíbrio. O medo da contaminação é um dos principais. Houve também uma mudança de hábitos, com mais uso de bicicletas, caminhadas, utilização de carros particulares e de aplicativos. E há também as escolas fechadas, que reduzem o número de viagens de ônibus na cidade.

O principal efeito da baixa utilização dessa modalidade de transporte público, porém, é na saúde financeira do sistema. Sem oxigênio, as empresas lutam para sobreviver e para cumprir as tabelas de horários determinadas pela prefeitura.

Enquanto isso, a Câmara Municipal de Porto Alegre investe energias para derrubar o prefeito. Parece que o colapso dos ônibus da Capital interessa a muita gente, ainda mais se a culpa cair no colo de Nelson Marchezan. Justiça seja feita: o prefeito vem alertando há muito para os riscos de caos no transporte, mas suas iniciativas não conseguem apoio suficiente entre os combativos vereadores de Porto Alegre, que dizem não, mas são incapazes de aprovar uma alternativa que resolva a questão.

TULIO MILMAN

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