quinta-feira, 17 de setembro de 2020


17 DE SETEMBRO DE 2020

INFORME ESPECIAL

Reitor nomeado enfrenta ambiente hostil na UFRGS

 

A confirmação de Carlos Bulhões como reitor na UFRGS não pegou ninguém de surpresa. O mesmo acontece com as reações dentro e fora da universidade. São muitas, e serão mais. Há um clima de revolta e de inconformidade em setores importantes da academia, que defendiam a indicação do primeiro colocado na consulta interna, o atual reitor, Rui Oppermann.

Se a ideia do governo Bolsonaro era combater uma suposta influência ideológica na universidade, na prática o que acontece é o oposto. A partidarização do debate nunca foi tão intensa, com a influência de deputados como Bibo Nunes, do PSL, que se transformou no maior avalista e padrinho político da nova gestão, sendo contestado publicamente por seu colega Henrique Fontana, do PT.

Seria injusto qualificar uma gestão que sequer começou. Carlos Bulhões é um professor com uma carreira respeitável e, levada ao pé da letra, a indicação dele é absolutamente legal, mesmo que contestada do ponto de vista de uma tradição de respeito à autonomia da UFRGS. Mas, de fato, o novo reitor terá muitas dificuldades na sua gestão. O clima de polarização tende a se transformar em enfrentamento. Talvez seja exatamente isso o que o governo espera.

TULIO MILMAN

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