quarta-feira, 30 de setembro de 2020


30 DE SETEMBRO DE 2020
MÁRIO CORSO

Vacina bagualona 

Nossos meios de comunicação, surpreendentemente, dedicam páginas às vacinas russa, chinesa, de Oxford, e se calam frente às pesquisas locais. Não há uma linha sobre a joint venture "Los Guascas", que junta pesquisadores da fronteira na busca da vacina contra o coronavírus. Para sanar isso, Zero Hora entrevista o Dr. Rodrigo Cambará, que chefia a missão.

Rodrigo, como andam os testes?

Difícil foram os voluntários. Os xirus daqui não pegam qualquer bicheira. Por isso, testamos em gente de cidade grande, guri de apartamento, catarina, paulista, enfim, gente que nem sabe o que é pão com banha. Soubemos que os testes foram suspensos.

Retomados. Não tem cachorro na cancha. O problema foi no grupo de controle, não na vacina verdadeira. Os queras tratados com água da sanga de Santo Izidro ficaram com uma vontade de comer lambari frito. Então, há um protocolo científico rigoroso?

Sim, com uso de experimento duplo cego, triplo cego, grupo de controle, grupo de descontrole, enfim, tudo o que é do último grito em serigote chapeado científico nós usamos.

Os insumos são nacionais ou dependemos de importações?

Infelizmente ainda há a dependência momentânea do chimichurri argentino. O deles fornece uma resposta imunológica mais duradoura. O desafio teórico do momento tem sido?

O da contribuição da cachaça com butiá no processo. Não sabemos se o benefício é do efeito cardiotônico da pinga ou dos antioxidantes do coquinho. Estamos trabalhado nisso.

Existe uma reclamação de falta de transparência nos estudos.

Mas é proposital! Se eu te disser que estamos usando leite de égua tobiana passarinheira, amanhã tá mais caro no mercado.

E enquanto a vacina não chega?

Usa a máscara e não compartilhe a bomba. Vai de chimarrão uruguaio. Olha como está melhor lá. E acrescenta um chá de carqueja com guaco.

Mas, Dr. Rodrigo, não há evidência científica do uso desse chá.

Da cloroquina e da ivermectina também não. O chá é mais barato, sem efeito colateral e traz exatamente o mesmo nenhum efeito sobre o vírus. Então estamos no lucro.

Não tem sido fácil o...

Fácil é peidar na bombacha, o resto custa esforço. Escuta o que eu te digo: estamos, os médicos, os enfermeiros, toda a tropa dos hospitais, trabalhando feito mulas para salvar os contaminados. Sem problema, é nosso entrevero de ofício. Mas se esforçar porque uns chambão não usam máscara por capricho, esses lasqueados não têm mãe idosa em casa? Não sabem que esse vírus esgualepa por dentro o vivente. Dá vontade de usar um gato morto como rebenque na cabeça desses taipas, até fazer o bichano miar.

MÁRIO CORSO

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