segunda-feira, 7 de setembro de 2020



07 DE SETEMBRO DE 2020
INFORME ESPECIAL

A pátria é abraço, e não parede

Conversava, durante a semana passada, com um amigo queridão, muito conhecido na cidade. Ele tem o hábito, nesta época do ano, de usar roupas verdes e amarelas, desde muito tempo. Mas, ao telefone, revelou que, em 2020, está evitando as cores nacionais, "para não ser tachado disso ou daquilo". Meu amigo não é partidário e nem ideologicamente radical. Por isso, a decisão dele me fez pensar.

No Brasil, um grupo político tenta privatizar o patriotismo, assim como um outro tentou se apropriar da superioridade moral, como bem definiu o colega David Coimbra. Por isso, quando um brasileiro trabalhador, honesto e moderado tem medo de celebrar o Sete de Setembro, alguma coisa estranha está acontecendo. É preciso resistir.

A verdade precisa ser reposta. Há muitos jeitos de amar a pátria. A bandeira do Brasil é abraço, e não parede. Pode inspirar também riso e rebeldia, e não apenas um respeito que parece medo. A bandeira representa muito mais do que impõe.

Diante dela, é legítimo e belo bater continência. Mas também é gritar contra os governos, dançar chula ou distorcer o hino num solo de guitarra.

Nunca vi uma Semana da Pátria tão fosca. Tem a pandemia e a chuva, mas não é só isso. Há no ar um sentimento de que o verde e o amarelo representam apenas um lado, também culpa de quem, por anos, desprezou as nossas cores e os nossos símbolos. E assim vamos cavando abismos, enquanto acreditamos erguer fortalezas.

Sabor do vento

Um dos países mais populosos do planeta está por um fio.
Na Índia, a venda de pipas experimenta um salto histórico, quando centenas de milhões de pessoas precisam ficar em casa.
Um dos maiores distribuidores de Nova Délhi revelou à BBC: "O período entre abril e agosto costuma ser o mais magro de vendas, mas neste ano eu vendi 500 mil unidades durante esses meses", comemora.

Olivas

A volta da feira do azeite gaúcho, sábado, na Getúlio Vargas, em Porto Alegre, foi atrapalhada pela chuva. Mas aconteceu, ao ar livre, sob uma marquise e com todos os cuidados necessários.
Vale lembrar que, diferentemente do vinho, o azeite é melhor quando consumido mais rapidamente. Por isso, o melhor produto é o plantado, colhido e processado perto. E nisso o Rio Grande do Sul está bem servido, com uma rede crescente de empresas que primam pela qualidade.
Quando a próxima feira acontecer, aviso aqui mesmo.

TULIO MILMAN

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