Jaime
Cimenti
Para envelhecer bem
A
bela velhice, da antropóloga e escritora paulista Mirian Goldenberg, trata de
um tema essencial para nosso Brasil, um “país jovem de cabelos brancos”. Todo
ano, 700 mil indivíduos são incorporados ao segmento velhice. Décadas atrás,
como escreveu Simone de Beauvoir no clássico A velhice, os idosos eram
ignorados, desprezados, estigmatizados e abandonados.
O
cenário era cruel. Mirian Goldenberg é doutora em Antropologia Social e
professora do Departamento de Antropologia Cultural e do Programa de Pós-Graduação
em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Escreveu
Toda mulher é meio Leila Diniz; Infiel, o corpo como capital; Porque os homens
e as mulheres traem e Tudo o que você não queria saber sobre sexo, entre outras
obras. Colunista da Folha de S. Paulo desde 2010, em A bela velhice Mirian
mostra que é possível experimentar o processo de envelhecimento com beleza,
liberdade e felicidade.
Por mais de 25 anos a autora pesquisou sobre
mulheres e homens brasileiros e, no livro, a autora, a cada capítulo,
desenvolve uma ideia importante: encontrar um projeto de vida, buscar o
significado da existência, valorizar a liberdade, almejar a felicidade,
cultivar a amizade, viver intensamente o presente, aprender a dizer não,
respeitar as vontades e as paixões, vencer os medos, aceitar a própria idade e
dar muitas risadas.
Quem
quiser envelhecer bem está convidado a construir sua própria velhice, reinventando
os dias, construindo imagens mais positivas para o envelhecimento e buscando,
acima de tudo, muita diversão e prazer.
Fruir
cada dia, fazer projetos para o futuro e viver melhor na velhice é uma
conquista de cada indivíduo e os idosos estão intimados a não serem meros
figurantes ou coadjuvantes nos filmes da vida. Eles podem e devem protagonizar.
Muitos vão chegar aos 85 e outros a 100 anos. É preciso refletir e agir sobre a
questão.
Novos
velhos precisam de vida ativa, significativa e saudável. Mirian misturou as
ideias de Simone de Beauvoir com as de Leila Diniz e nos oferece bons caminhos
para o tempo dos cabelos brancos, pintados ou não. Nos oferece ideias para
valorizar os ganhos e não as perdas de um período de vida que já foi associado
com tristeza, doença e outras coisas do tipo. Editora Record, 128 páginas,
apresentação do médico e professor Renato Veras. Informações:
Nenhum comentário:
Postar um comentário