03
de outubro de 2013 | N° 17572
PAULO
SANT’ANA
Loucura do
século!
Volta
ao debate o cercamento do Parque Farroupilha, ideia lançada por esta coluna há
mais de 30 anos. E desde lá não se cerca a Redenção. Uma omissão de atraso e eu
diria de analfabetismo que grassa em Porto Alegre há mais de três décadas.
A
ideia analfabeta de não se cercar o Parque Farroupilha serve de alegria para os
vândalos que destroem os monumentos do parque e maltratam a vegetação lá ainda
milagrosamente existente.
A
ideia (se é que isso é uma ideia) de não cercar a Redenção só serve aos
assaltantes que lá pululam todas as noites, quando não são assassinos que lá
matam impunemente, sempre à noite.
A
ideia de não cercar a Redenção serve aos que adoram desperdiçar milhões de
reais dos cofres da prefeitura na reposição quase que diária dos monumentos,
das placas, das lâmpadas, bens que são depredados em todas as noites
assombradas do Parque.
Pois
volta a ideia de cercamento na Câmara de Vereadores, uma grande ideia volta
sempre para assombrar os néscios. Pretende-se na Câmara que seja feito um
plebiscito entre a população, que votaria para cercar ou não cercar aquele
tesouro urbano que vai se desintegrando a cada noite com ataques vandalísticos
que não cessam há decênios.
E
ainda têm a coragem de não concordar com o cercamento da Redenção pessoas
ilustres que certamente não põem nunca os seus pés naquela relíquia quase
arruinada da cidade.
Quem
teima em manter a Redenção sem cercamento tem de visitar o Parque Germânia, lá
pelas cercanias do Iguatemi.
Tão
pronto se inaugurou o Germânia cercado, eu me mudei para a frente do parque.
Moro num paraíso.
Deem
uma chegadinha lá e verão os equipamentos do Germânia completamente intocáveis.
Eis que de dia até os desordeiros sentem medo de depredar os equipamentos. Mirem-se
no exemplo do Parque Germânia. Pelo amor de Deus, votem para cercar a Redenção.
Eu
quereria que a Redenção fosse cercada agora. E digo por quê.
É
que um dia fatalmente ela será cercada, enterrando para sempre a Burrice do
Século, só que, quando ela for cercada, eu já não estarei mais vivo e perderei,
assim, de assistir da Terra ao meu sonho realizado.
Eu
nasci aqui, em Porto Alegre. Isso quer dizer que amo minha cidade. Nunca a
deixei, ela me serve de morada e me servirá de sepultura.
E,
por amar tanto a minha cidade, acabei por me apaixonar pela Redenção. Uma
paixão em ruínas. Até quando, meu Deus, persistirá essa insânia da Redenção
aberta à noite para os vândalos, para os desordeiros, para os assassinos?
Minha
querida cidade natal, faz cessar de uma vez por todas essa loucura!
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