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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
MARCO AURÉLIO CANÔNICO - DA REPORTAGEM LOCAL
"Garfield é um sucesso porque ele só come e dorme"
Jim Davis, o criador do gato, afirma que a popularidade surgiu porque ele foge de comentários políticos e sociais
Personagem é tema de livro, de desenhos animados e estrelará longa que chega aos cinemas brasileiros em março do ano que vem
Ele é um fenômeno: gordo, preguiçoso, mal-humorado e cruel. Mesmo assim, freqüenta a casa de milhões de pessoas há 30 anos. Garfield, o gato marrento criado por Jim Davis em 1978, chega às três décadas com motivos para manter a empáfia: sua tira, publicada na Folha e em mais de 2.500 jornais, é das mais populares do mundo.
O personagem é uma máquina de dinheiro: está presente em 111 países e fatura globalmente, segundo seus administradores, quase US$ 5 bilhões por ano em produtos licenciados - 20% desse valor apenas no mercado brasileiro, onde estreou em outubro de 1985.
Para comemorar, ele ganha um livro, "Garfield - 30 Years of Laughs & Lasagna: The Life & Times of a Fat, Furry Legend!" ("30 anos de gargalhadas e lasanha", que está sendo negociado para publicação no Brasil), e uma série de desenhos animados, já comprada pelo Cartoon Network e pela Record e que deve estrear nos próximos meses.
Também terá um longa de animação, "A Festa do Garfield", que chega aos cinemas brasileiros em março.
A Folha conversou, por e-mail, com Jim Davis, 63, o homem que ainda cuida pessoalmente de cada tirinha do gato que criou inspirado em seu avô. Para ele, o sucesso do personagem é facilmente explicável: "Comer e dormir são coisas que todos fazem. Além disso, por ser um gato, ele pode ser de qualquer raça, etnia e religião".
FOLHA - Por que o sr. deu ao personagem o nome de seu avô?
JIM DAVIS - Tinha seis anos quando meu avô Davis morreu, mas minhas lembranças dele são vívidas. Ele era um homem grande, com um colo imenso.
Parecia ranzinza por fora, mas, por dentro, tinha um coração mole. Era assim que eu imaginava o Garfield. Ele é fanfarrão, mas, no fundo, é um bom gato.
FOLHA - Há muitos paralelos entre os personagens e as situações de "Garfield" e sua vida real? Sua personalidade entra na sua criação?
DAVIS - Eu me identifico particularmente com Jon Arbuckle, o dono do Garfield. Quando estou escrevendo [histórias] para Jon, tudo que preciso fazer é me lembrar de meus dias de namoro na época do colégio. Eu era o que mais levava foras!
Sempre esperava até o último minuto antes de chamar alguma garota para sair, não tinha dinheiro para bancar um encontro de verdade. Mas, tudo bem, não dá para não gostar do Jon, porque ele sempre olha o lado positivo das coisas.
FOLHA - Quais foram suas inspirações como artista?
DAVIS - Quando criança, adorava o "Steve Canyon", de Milton Caniff. Ele me abriu para mundos que eu não sabia que existiam. "Peanuts", do Charles Schulz, foi minha maior inspiração.
Amava seu humor sutil e seu traço simples. Schulz sabia ver o mundo com olhos de criança, ele me ensinou o incrível poder de tratar com leveza as coisas simples da vida.
FOLHA - Houve uma era de ouro do "Garfield"?
DAVIS - Honestamente, gostei de cada ano. Às vezes revejo algumas tiras e lembro, "este foi o ano em que fiz uma operação na coluna". Consigo rever minha vida olhando o que ocorreu nas tirinhas.
Espero que a era de ouro ainda esteja por vir, mas, em termos da existência da tira, o melhor dia foi aquele em que recebi telefonema do sindicato de HQs dizendo que tinham selecionado "Garfield".
FOLHA - O sr. pensou no que faria para a tira ser universal?
DAVIS - Mantive as tirinhas livres de comentários políticos ou sociais. Ela é impressa no mundo todo, quero que as pessoas se identifiquem com ela independentemente de seus ideais políticos, por isso me ative à comida e ao sono [como temas].
Todo mundo come, todo mundo dorme, mas nem todo mundo vai se interessar por minha visão de mundo. Só estou querendo entreter as pessoas.
FOLHA - Como Garfield envelheceu à medida que o sr. envelhecia?
DAVIS - Há muito mais piadas sobre idade na tirinha. Garfield se dá conta de sua idade uma vez por ano, em seu aniversário, em 19/6. Assim como eu, ele fica progressivamente mais resmungão cada vez que ganha mais um ano. Garfield se recusa a crescer, e minha mulher diria o mesmo de mim.
FOLHA - Garfield é famoso por ser comilão e gordo. Com a obesidade se transformando em um grave problema de saúde nos EUA, o sr. passou a receber muitas reclamações?
DAVIS - Algumas, mas a maioria das pessoas perdoa os maus hábitos de Garfield porque ele é um gato. Recebi um telefonema de alguém que achava que o Garfield deveria fazer um vídeo de exercícios para compensar os maus hábitos. Garfield e exercícios, é forçar a barra.
FOLHA - Com que freqüência o sr. desenha? Planeja se aposentar?
DAVIS - Uma vez por mês me reúno com dois assistentes e trocamos idéias, rimos. Nos concentramos nisso por três ou quatro dias. Ainda escrevo os roteiros, mas tenho ajuda para desenhar. Não planejo me aposentar por ora.
FOLHA - A tecnologia mudou a maneira como o sr. cria?
DAVIS - Mudou o modo como fazemos quase tudo, mas ainda começamos com um rascunho de lápis em papel, depois desenhamos em uma cartolina e aí recebe contorno de tinta e as letras. O computador só entra no processo quando ele é digitalizado, colorido e distribuído.
FOLHA - Que impacto a internet teve nos cartuns?
DAVIS - Um impacto imenso. Adoro jornais e ainda gosto de virar as páginas, mas muita gente procura por notícias e cartuns on-line.
Nos demos ao trabalho de criar um mecanismo de busca para as tiras do Garfield, para que fosse possível digitar a palavra "café", por exemplo, e achar inúmeras tirinhas que falam disso. Além disso, ela está disponível on-line em espanhol.
Um dia desses vai ser divertido animar cada tirinha. A outra coisa que a internet fez foi democratizar os cartuns. Qualquer um pode publicar sua tira.
FOLHA - Do que o sr. se lembra de suas visitas ao Brasil?
DAVIS - Estive aí duas vezes, tive um jantar memorável com Mauricio de Sousa. Recebo muita correspondência do Brasil, as pessoas parecem se identificar bastante com Garfield.
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