25 DE DEZEMBRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS
OLHAR PARA FRENTE
A época do Natal e do Ano-Novo costuma ser um período de reflexões, de balanço dos acontecimentos dos últimos meses e um momento de fazer planos e traçar metas para a virada do calendário. São elucubrações que permeiam aspectos pessoais, profissionais e mesmo sobre as angústias da sociedade.
Um olhar para o passado recente mostra um 2021 com sentimentos voláteis. O mundo, o Brasil e o Estado adentraram janeiro com a esperança da chegada das vacinas. Mas também, em seguida, conviveu-se com o período mais duro e temido da pandemia e seus picos de mortes, enquanto a cobertura da imunização não avançava o suficiente para derrubar os números de casos, hospitalizações e vítimas fatais, o que viria no decorrer do ano. Esta montanha-russa de sensações também foi observada na economia, com receio inicial de uma recessão que não se confirmou, com um resultado surpreendentemente positivo da atividade no primeiro trimestre, depois seguido por novas frustrações. Mas, à medida que os meses passavam, mais atividades reabriram e, mesmo em velocidade abaixo do ideal, as taxas de desemprego começaram a cair. Não foram poucas as provações a que foram submetidos empresários e trabalhadores.
Mas chega a hora de olhar para a frente e para o ano cujos primeiros raios surgem no horizonte. Obstáculos e instabilidades políticas não faltarão. Enfrentar e suplantar dificuldades, por outro lado, fortalece. Após dois anos de angústias, acreditar no futuro deixou der ser sinônimo de utopia. Passou a ser uma necessidade, somada à resiliência, à espera de tempos de mais paz social, tolerância e tranquilidade para empreender e trabalhar.
As crises encarrilhadas no país muitas vezes ofuscam as boas notícias, os progressos e as superações de adversidades que acontecem no Estado ou nas cidades gaúchas que, alheias à confusão nacional, conseguem avançar e proporcionar uma melhor qualidade de vida às suas populações. A orla revitalizada do Guaíba, apenas para citar um exemplo, orgulha não apenas os porto-alegrenses, mas todos os gaúchos, pela potencialização de uma convivência harmoniosa da Capital com a sua principal beleza natural.
No Estado, projetos de infraestrutura há muito esperados avançam com concessões, como as duplicações da BR-386, entre Lajeado e Carazinho, e da RS-287, de Tabaí a Santa Maria. Mesmo incompleta, a nova ponte do Guaíba tem ajudado a desafogar o trânsito na Região Metropolitana. A ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho, aguardada há duas décadas, está próxima do fim. São obras que melhoram a logística e fazem as empresas gaúchas mais competitivas.
Por muitos anos, abordar o tema das finanças gaúchas significou tratar de penúria, escassez de recursos e salários atrasados. Como resultado também de uma série de reformas, o Estado passou a ser superavitário, recuperou a capacidade de investir e, em 2022, os gaúchos serão beneficiados por alíquotas menores de ICMS. No campo, a grande conquista foi o certificado internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação, o que abre perspectivas animadoras para o setor de carnes. A queda contínua dos indicadores de criminalidade é outro fato a ser reconhecido.
O cenário está longe de ser cor-de-rosa, mas não é de terra arrasada. Existem desafios importantes, como inflação e juro altos, economia nacional estagnada, crescimento da miséria e as turbulências políticas que virão, próprias de um ano eleitoral. Mas há soluções que, com unidade e convergências, podem ser internas. Com os pés no chão e aguerrimento do setor produtivo do Estado, é possível crer que a sociedade é capaz de superar as turbulências já enfrentadas ou as que estão à espreita ao se dobrar a esquina de 2022.
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