sexta-feira, 17 de dezembro de 2021


17 DE DEZEMBRO DE 2021
ARTIGOS

LYA LUFT, ESCRITORA DO ANO

Casas com livros são especiais. Abrem horizontes, inspiram universos. Foi numa casa com biblioteca, em Santa Cruz do Sul, que nasceu Lya Luft. Quase enxergamos a menina esperta adivinhando mistérios por entre as páginas imaginárias da infância.

Após as peripécias infantis e os estudos iniciais, Lya se formaria em letras anglo-germânicas, obtendo o grau de mestre em Linguística Aplicada (1975, pela PUCRS) e em Literatura Brasileira (1978, pela UFRGS). Entre 1970 e 1982, nossa premiada escritora exerceu o magistério como titular de linguística na Faculdade Porto-Alegrense (Fapa).

Todavia, já antes, lá pelos seus 20 anos, Lya se apresentava como tradutora. Traduziria mais de cem livros de autores como Virginia Woolf, Thomas Mann, Hermann Hesse e Rainer Rilke.

Apaixonada e apaixonante, sem desconhecer as agruras da vida, Lya se dedicou aos poemas, reunindo-os no livro Canções de Limiar (1964) e Flauta Doce (1972). Aos poemas seguiram-se os contos, a exemplo de Matéria do Cotidiano (1978). O ano de 1980 seria marcante, com a publicação do romance As Parceiras. A esta narrativa, seguiram-se 27 obras referenciais como: A Asa Esquerda do Anjo (1981), O Rio do Meio (1996), Perdas e Ganhos (2003), O Tigre na Sombra (2012), As Coisas Humanas (2020).

Aos poemas, contos, romances e livros infantis, Lya somou ensaios, crônicas e pinturas.

Agora, neste dezembro natalino, a menina que adorava livros, a mulher destemida que flui alegrias e dores e, sobretudo, nos maravilha pelo conjunto de sua obra literária, é a escolhida, pela Academia Rio-Grandense de Letras como a Escritora do Ano de 2021. Obrigado, Lya Luft, nossa premiadíssima best-seller, escritora gaúcha de renome internacional, por nos conduzir, através de seu olho literário, ao mundo das "coisas humanas", em que, "para nós amadores da vida, indagar é melhor do que entender".

JOSÉ ALBERTO WENZEL

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