quinta-feira, 16 de dezembro de 2021


16 DE DEZEMBRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS

UM 2022 DESAFIADOR PARA A ECONOMIA

Há unanimidade de que 2022 será um ano desafiador para a economia brasileira e, por consequência, para a gaúcha. Mas, em meio à cautela, também prevalecem ao menos previsões de que a atividade, no Estado, deve crescer acima da média nacional. Foi o que indicaram as projeções das federações das indústrias (Fiergs), da agricultura (Farsul) e do comércio de bens e de serviços (Fecomércio-RS) em seus tradicionais eventos de final de ano para balanços e apresentação de prognósticos

A Fiergs, por exemplo, aposta que o PIB nacional avança 1%, enquanto no Rio Grande do Sul o crescimento seria de 1,6%. A Fecomércio calcula alta de 0,9% para o país e de 1,4% para o Estado. Mais comedida, a Farsul vê as economias brasileira (0,31%) e gaúcha (0,58%) andando praticamente de lado. Mas, apesar de existirem algumas visões diferentes sobre o ano que se avizinha, em regra as principais preocupações são semelhantes. Mesmo subindo em ritmo menor, a inflação continuará sendo um tormento para as famílias em 2022, corroendo os ganhos da população. Com o mercado de trabalho sem plena recuperação, a renda, que vem em queda, seguirá um limitador para uma reação mais robusta do consumo. Setores como a indústria ainda convivem com a incerteza quanto ao fornecimento de componentes e, no campo, há apreensão com os custos de produção e condições climáticas. O ciclo de alta do juro é outra fonte de aflição generalizada.

Mas, felizmente, não há apenas expectativas pessimistas para 2022. No caso do Rio Grande do Sul, o retorno das alíquotas de ICMS para combustíveis, energia e telecomunicações para 25%, com queda de cinco pontos percentuais, traz boas perspectivas. A alíquota geral, que cai de 17,5% para 17%, também é animadora. Significa potencialmente gastos menores para os consumidores em produtos e serviços largamente utilizados e, ao mesmo tempo, redução de custos e mais competitividade para as empresas instaladas no Estado. Para a indústria, a possibilidade de normalização do fornecimento de alguns componentes pode levar as fábricas a aumentar a produção para atender a uma demanda que, se não é a ideal, está reprimida. O setor automotivo, que enfrentou transtornos com a escassez de chips, é um exemplo. A manutenção do dólar alto, por outro lado, também favorece a economia gaúcha pelo perfil exportador tanto da indústria quanto da agricultura.

O ano que se aproxima, portanto, surge com um grande número de adversidades no horizonte, mas é possível encontrar também sinais que dão esperança. O progresso da vacinação contra a covid-19 pode dar mais fôlego aos serviços, por exemplo. Mas sabe-se que períodos eleitorais costumam ser turbulentos e de cautela. Resta esperar que, no decorrer dos próximos meses, o país sinalize ter encontrado o caminho para a estabilidade política que possa ser a base para uma pacificação nacional, abrindo espaço para o restabelecimento da confiança dos agentes da economia. O que será do Brasil nos próximos anos também está em jogo em 2022.

OPINIÃO DA RBS

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