quinta-feira, 16 de dezembro de 2021


16 DE DEZEMBRO DE 2021
+ ECONOMIA

Gaúchos miram vendas a EUA e Europa

Nas últimas semanas, a coluna ouviu o mesmo diagnóstico de três fontes diferentes: Agnelo Seger, Clovis Tramontina e Eduardo Bettanin. Todos estão percebendo aumento de interesse de compradores de Estados Unidos e Europa, o que permitiria, em tese, maior exportação para esses países.

Ao apresentar os resultados das exportações de indústrias gaúchas na terça-feira, o economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), André Nunes de Nunes, destacou o aumento de US$ 10,5 bilhões, em 2020, para US$ 13,9 bilhões.

A coluna perguntou ao presidente da Fiergs, Gilberto Petry, o que é possível fazer para pavimentar esse caminho. Petry afirmou que há uma percepção na indústria de que não é possível ficar na dependência da China como o "almoxarifado do mundo".

Também lembrou que os Estados Unidos têm o maior interesse em "não ficar refém da China". Nunes reforçou que, de fato, há oportunidades para a indústria gaúcha no mundo, mas lembrou que a estrutura tributária brasileira pode ser um obstáculo.

- A reforma tributária é um ponto fundamental para a possibilidade de abertura efetiva e não traumática. Nesse momento, é difícil de avaliar se o interesse em comprar do Brasil é um movimento temporário ou se de fato é uma mudança estrutural - observou.

Veja o que disseram três empresários que já exportam e pretendem vender mais ao Exterior

Agnelo Seger

- Estamos apostando muito nas exportações, especialmente no mercado americano. O mundo inteiro quer diminuir a dependência da China. Tivemos períodos difíceis, por questão logística, mas para 2022 muitos projetos devem se concretizar. Esperamos que compense a queda no mercado interno que se prevê para o ano que vem por causa da inflação.

Clovis Tramontina

- A Tramontina se tornou uma alternativa global, de produtos bons, de qualidade, com marca, e a preços competitivos, em contraponto a produtos asiáticos. Os asiáticos estão enfrentando problemas de energia, de transporte, ficaram caros. O Brasil está se tornando uma opção muito competitiva. Estamos vendendo muito para América Latina, África e Europa. E o mercado americano se abriu muito para nós. Não sei se estão deixando de comprar da China, mas exportamos muito bem para os Estados Unidos. Fechamos contratos importantes com redes como Home Depot e Walmart.

Eduardo Bettanin

- Até a pandemia, compradores americanos e europeus nem buscavam alternativas à China, porque era mais barato, portanto melhor. Agora, passaram o olhar países como o Brasil, com economia forte e mercado interno grande. Nessa fumaceira toda, com dólar e materiais subindo, o que estava se encaminhando para uma excelente oportunidade agora está mais complexo. Ficou difícil para importar, tudo sobe na China, em todo lugar. O momento não está fluido, há atrito na cadeia produtiva. Mas ainda é uma oportunidade, desde que EUA e Europa considerem necessário diversificar.

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