domingo, 26 de dezembro de 2021


Amor, sublime amor: West Side Story
Amor, sublime amor: West Side Story (Editora Intrínseca, 176 pág, R$ 39,90, tradução de Flávia Rössler), do grande escritor e roteirista norte-americano Irving Shulman (1913-1995), é a adaptação literária do gigantesco sucesso da Broadway, agora com nova versão nas telas assinada por Steven Spielberg, sessenta anos depois do lançamento do primeiro filme inspirado no musical. Rita Moreno, Ansel Elgort e Rachel Zegler estão no elenco.
Inédita no Brasil, a obra tem como cenário a Nova York pós-Segunda Guerra e o eixo central é o romance proibido entre Maria e Tony, ligados a gangues rivais. Romeu e Julieta modernos, muito além da trama do amor impossível, vivem em meio a questões menos virtuosas da experiência humana, como a intolerância, o racismo e a injustiça.
Maria é irmã da líder dos Sharks, gangue de imigrantes porto-riquenhos, e Tony é o melhor amigo do líder dos Jets, a gangue rival de brancos norte-americanos. Uma história de amor tragicamente bela, envolvendo amor e violência, que revolucionou a forma de fazer teatro e cinema em Nova York, não por acaso encanta, após décadas e décadas, público e crítica de vários países.
A apresentação da obra é da editora do site oficial do Globo de Ouro, Ana Maria Bahiana, que escreveu: "Depois de uma verdadeira tempestade de prêmios e imenso sucesso na Broadway e na turnê pelos EUA, estava firmado um novo paradigma - um olhar moderno inspirado na realidade urbana do país na metade do século XX, no pós-guerra, em plena Guerra Fria, com o mundo se redividindo e empurrando migrantes para novas terras e novos desafios."
Ao falecer em 1995, aos 81 anos, Irving Shulman deixou um ótimo legado. Além da valiosa contribuição artística e cultural, deixou obras que oferecem um rico material de análise da juventude e das relações sociais nos Estados Unidos do século XX. Amor, sublime amor: West Side Story agora está disponível para os leitores brasileiros.

Lançamentos

  • Will (BestSeller, 446 pág, R$ 58,00,) de Will Smith, grande ator, produtor e músico norte-americano, escrito com Mark Manson (autor de A sutil arte de ligar o f*da-se), traz o jovem de West Philadelphia que tornou-se personalidade mundial do entretenimento. História de vida, sabedoria universal e lances surpreendentes estão na obra.
  • Disformia Desatada (Patuá, R$ 40,00), estreia de Raquel Zepka, "é quase como se fosse um diário aberto, de pensamentos e mentiras compartilhados". Trecho :"Não conseguir dormir/é andar por uma estrada escura/com sapatos apertados/Ouvir o galo cantar é o alarme de que eu falhei /sobre ter paz interior." Lançamento 22/12, Bamboletras.
  • A Incrível História da Medicina ( L&PM Editores, 288 pág, R$ 79,90) do médico e escritor Jean-Noël Fabiani e do quadrinista Philippe Bercovici, traz textos e quadrinhos sobre a medicina, desde a pré-história até seus modernos avanços, de forma leve e bem-humorada. Fabiani é autor do consagrado A fabulosa história do hospital.

O que realmente interessa na vida

Os autores de romances best-sellers acham que as coisas mais importantes da vida são dinheiro, sexo, poder e amor e a partir disso constroem narrativas que desde sempre empolgaram e empolgam os leitores. Eles até têm razão, e desde que o mundo é mundo a coisa é mais ou menos assim.

Claro que muitos best-sellers tratam de história, ciência, relações familiares, viagens, seres extraterrestres e um livro famoso, O Perfume, tratou da arte do perfume, tema até então não explorado. Histórias que envolvem pessoas em isolamento em ilhas, presídios, conventos , hospitais e nas suas casas devido à quarententa, sempre interessaram os autores e o cinema, por colocar os seres humanos em situações-limite.

Mas esses dias, navegando pela internet, li um pequeno texto que me chamou a atenção. Em resumo, dizia que a pessoa pode ser rica, competente, famosa, bem sucedida, bonita e poderosa, mas que o importante mesmo é a forma como se relaciona com a família, os amigos e os demais humanos com quem entra em contato. Pura verdade. A pessoa até pode se dar bem com ela mesma mas, se o relacionamento for ruim com os outros, é complicado.

A não ser que você seja um Robinson Crusoé antes de aparecer o companheiro Sexta-feira, um monge budista recluso ou algum religioso que viva no silêncio e na solidão, realmente faz sentido pensar que na vida o mais importante - ou uma das coisas mais importantes - é o relacionamento que você tem com os outros.

Não se trata, claro, apenas de fazer amigos e influenciar pessoas , título do livro famoso, e sair tratando os outros bem para ser bem tratado e ter mais vantagens na vida. Um bom relacionamento consigo mesmo e com os outros é realmente uma das coisas mais importantes da vida e pode tornar mais saudável e divertida essa passagem pelo planeta.

Vale lembrar que o bom relacionamento é importante, para começar, com os chamados "invisíveis" , os empregados do edifício, os vários prestadores de serviços e mesmo os moradores de rua. Muitas vezes os humanos não olham para os outros, não perguntam seus nomes, não dizem bom dia, boa tarde e boa noite, com licença, por favor, desculpe e obrigado e aí o relacionamento fica ruim, pequeno, e todo mundo sai perdendo.

Evidente que não é necessário o atendimento de grandes manuais de etiqueta, de educação ou coisa assim. Os manuais até são importantes, mas o que interessa mesmo é a qualidade, a simplicidade e , se possível, a delicadeza no relacionamento consigo mesmo e com os outros.

Por certo a gente vive num mundo tumultuado, cheio de vaidades, egoísmos, disputas de todo tipo e numa sociedade que privilegia o sucesso a qualquer custo, o dinheiro, a fama e o "se dar bem na vida" ou, como dizia o outro, "gosto de levar vantagem em tudo". Os países brigam entre si e as pessoas muitas vezes passam os dias digladiando com o próximo. Quem ganha realmente com isso?

A propósito...

Seres humanos são bons e maus, anjos e demônios, capazes de grandezas e pequenezas. Pessoas são capazes de enormes crueldades e violências, mas também são capazes de atos de amor, de solidariedade e de criações científicas, artísticas e culturais notáveis. Como dizia a Madre Teresa de Calcutá, hoje Santa Teresa de Calcutá, quando te encontras com alguém, é bom sair do encontro melhor do que quando chegou. Não é fácil, nunca foi, mas é preciso pensar nisso, ter esperança, paciência e humor e buscar o melhor. Especialmente em fins de ano, melhor pegar leve com os outros e aí quem sabe ser pegado de leve. Leveza gera leveza. Ah, não precisa de fraqueza. Só leveza.
(Jaime Cimenti)

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