segunda-feira, 20 de dezembro de 2021


20 DE DEZEMBRO DE 2021
INFORME ESPECIAL

Gangorra

Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), terminará seu mandato maior do que quando entrou. Se envolveu em polêmicas como a ida sem máscara a uma manifestação com o presidente Jair Bolsonaro, mas depois disse ter se arrependido. Mesmo amigo pessoal de Bolsonaro, manifesta posições frontalmente contrárias ao que diz o presidente. Tem sido um escudo para a atuação técnica da agência. Para a sorte dos brasileiros, tem mandato fixo e não pode ser demitido. Teve novamente postura digna ao defender de maneira contundente os membros da Anvisa que aprovaram a vacinação de crianças de cinco a 11 anos do ataque de Bolsonaro.

Já Paulo Guedes passou de superministro a uma figura cada vez mais sem credibilidade. Caminha para ser lembrado apenas como um personagem folclórico, que entregou quase nada do que prometeu. Mesmo assim, segue fazendo projeções que não se confirmam. O episódio em que disse ter dispensado o Fundo Monetário Internacional (FMI), levando o organismo a encerrar o seu escritório no país, apenas amplia o anedotário que deixará como herança. Criticou o FMI por errar previsões sobre o Brasil. Logo Guedes, com longo cartel de prognósticos frustrados. Mas teve um que ele acertou, ano passado, quando questionado sobre a possibilidade de o dólar ser cotado a R$ 5: "Se fizer muita besteira, ele pode chegar a este nível".

Crianças e covid-19

Números da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, do início da pandemia até a última quinta-feira, o Rio Grande do Sul somou 37 mil casos confirmado de covid-19 em crianças entre cinco e 11 anos de idade. A Anvisa aprovou a vacinação com produto da Pfizer para esta faixa etária também na quinta-feira. Foram 197 hospitalizações e oito mortes no Estado.

Nos EUA, conforme o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), já foram imunizadas mais de 7,1 milhões de crianças de cinco a 11 anos com a vacina da Pfizer. Dos eventos adversos registrados, 97% são considerados não sérios (dor de cabeça, febre, vômito e outros). Somente oito casos de miocardite foram notificados. Todos com posterior evolução clínica favorável.

Os dados do CDC são citados pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 em nota em que apoia a decisão da Anvisa e sugere ao Ministério da Saúde acatar o posicionamento da agência, para o país alcançar uma maior cobertura vacinal o mais rápido possível. A pasta, no entanto, ainda vai abrir uma consulta pública para decidir sobre a vacinação de crianças, medida já aprovada ou em execução em vários países.

CAIO CIGANA INTERINO

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