quinta-feira, 16 de dezembro de 2021


16 DE DEZEMBRO DE 2021
ZÉ VICTOR CASTIEL

Estamos imunizados, mas não estamos livres

Com a pandemia, que se iniciou ali por março de 2020, muitas coisas se modificaram. A maneira de se comunicar, as precauções que todos devemos tomar ao sair de casa, o uso de máscaras de proteção, a higienização das mãos o tempo todo e a paciência de, sempre que possível, permanecer em casa. Uma simples ida a um supermercado virou um ato de estratégia de guerrilha.

Claro que, aos poucos, fomos nos acostumando. Aí começaram as mortes e, num primeiro momento, ficamos estarrecidos e amedrontados, embora, passados quase dois anos, tenhamos cometido o erro de encará-las quase como uma mera estatística. Em todos os veículos de informação, passam por nós as informações de que mais de 600 mil pessoas sucumbiram à covid-19 e, muitas vezes, ouvimos e lemos os números, mas não mais nos assalta aquela angústia extrema da catástrofe iminente.

Com a chegada da vacinação do povo, que, principalmente no Rio Grande do Sul, foi muito bem conduzida pelas autoridades sanitárias e governantes, ficamos esperançosos.

Não devemos, entretanto, nos descuidar. A pandemia não acabou, e as sequelas que ela deixou em nossa saúde mental vai demorar para nos aliviar. As mais de 600 mil mortes não ocorreram de forma aleatória e não podem ser computadas na conta da sorte ou do azar. Desde o início, a ciência explicou. Muitas perdas de vida continuam ocorrendo porque existem pessoas que insistem em negar a ciência e a eficácia da vacina.

O fato de estarmos imunizados nunca significou que estávamos livres de infectarmos outras pessoas ou contrairmos a doença, mesmo que de forma mais leve. Está claro que a grande maioria das pessoas que ainda está sucumbindo a formas graves da doença é formada por pessoas que não quiseram se vacinar ou sempre negaram a necessidade das medidas de prevenção.

Não esqueçamos, pois, dos que pereceram e como foi encarada a pandemia por aqueles a quem vidas humanas valem menos do que a pseudoliberdade de optar em não vacinar ou precaver. O nome disso não é liberdade. É burrice.

ZÉ VICTOR CASTIEL

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