30 DE NOVEMBRO DE 2021
CENTRO HISTÓRICO
Prefeitura prepara plano de mobilidade
Sob um cronograma de execução prejudicado pela pandemia, um plano de mobilidade para o Centro Histórico, em Porto Alegre, deverá ser apresentado em março de 2022 com novas diretrizes para a circulação de pessoas e veículos na região.
Os estudos que vão sustentar esse plano estão em fase final de elaboração por uma empresa contratada, mas informações preliminares apontam que o relatório deverá priorizar a conexão com a orla do Guaíba e bairros próximos, a criação de um ambiente mais agradável e seguro aos pedestres e propor redução na quantidade de ônibus trafegando. O texto não vai trazer projetos detalhados, mas as linhas estratégicas a serem seguidas em futuras iniciativas.
Esse plano foi idealizado ainda em 2019, na gestão do prefeito Nelson Marchezan, mas seu andamento acabou prejudicado pela pandemia. Agora, estão sendo finalizados estudos sobre a área, como contagem de veículos e pedestres, tempos de deslocamento e disponibilidade de vagas públicas e privadas de estacionamento.
Esse material vai subsidiar um plano de ação, com esboço das estratégias a serem adotadas no Centro, que será avaliado em audiência pública nos próximos meses. Depois disso, será entregue o plano de mobilidade em si - que deverá estar de acordo com outros programas, como a nova legislação para revitalização do Centro, o plano de mobilidade de toda a Capital (também em elaboração), ao mesmo tempo em que levará em consideração futuras iniciativas, como a reurbanização do Cais Mauá.
- Melhorar a acessibilidade à orla é uma das prioridades desse plano. Outro eixo é propiciar espaços mais agradáveis, de convivência, para as pessoas - diz o coordenador de Planejamento da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, João Paulo Cardoso Joaquim.
Andamento
O plano específico para o Centro não precisará passar por aprovação na Câmara, mas estar adequado ao projeto global para toda a cidade que, este sim, precisará do apoio dos vereadores para virar lei no ano que vem. Uma primeira versão dessa proposta de abrangência mais ampla chegou a ganhar forma em 2017, mas acabou não sendo aprovada e deu lugar a um novo trabalho que agora também se aproxima das últimas etapas.
Depois de concluído, o relatório específico para o Centro Histórico será utilizado como referencial para a implementação de novos projetos, que podem incluir mudanças operacionais, como a reorganização de linhas de ônibus, ou obras físicas, a exemplo do eventual alargamento de calçadas para cumprir a recomendação de aprimorar o ambiente para quem circula a pé.
- A ideia não é tirar o automóvel das ruas do Centro, mas fazer com que o carro não tenha prioridade de circulação em alta velocidade. Da mesma forma, não existe a possibilidade de tirar completamente os ônibus da área central, mas podemos ter menos ônibus com um melhor atendimento - exemplifica o coordenador de Planejamento.
Em dezembro, deverão ser entregues os últimos estudos sobre a estrutura e os deslocamentos. Em seguida, será redigido o plano de ação para análise em audiência pública e, depois disso, espera-se a conclusão do novo manual para intervenções no setor de mobilidade no coração da Capital.
MARCELO GONZATTO
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