sexta-feira, 19 de novembro de 2021


19 DE NOVEMBRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS

FLEXIBILIZAÇÕES E RESPONSABILIDADE

A ampla adesão dos gaúchos à vacinação, junto à incorporação pela sociedade dos demais hábitos de cuidados pessoais, tem se traduzido, como mostram as estatísticas, na redução dos números da covid-19 no Estado. Este novo momento, fruto do engajamento da população e do poder público, permite que novos passos possam ser dados no sentido de rever algumas limitações que ainda existiam. Foi com esta lógica que o Piratini anunciou na quarta-feira mais uma flexibilização nos protocolos sanitários para a contenção da pandemia, que passam a valer a partir de amanhã no Rio Grande do Sul.

Em linhas gerais, várias obrigações foram transformadas em recomendações, mas permanecem exigências como uso de máscara, assim como passaporte vacinal para participar de eventos. A exceção, neste segundo caso, vale para municípios com 90% da população adulta totalmente imunizada. Mas caíram limites para a lotação de locais e o distanciamento mínimo de um metro em locais públicos e ambientes privados.

Ao encerrar a validade de uma série de medidas compulsórias, o Estado demonstra confiar que os cidadãos compreendem suas responsabilidades individuais neste novo momento, ajudando a evitar um novo aumento da circulação do vírus. A maior liberdade, como se sabe e alertam as autoridades, depende do comportamento sensato e da manutenção da cautela pela população e mesmo das empresas cujo negócio depende de receber público. Passados 20 meses do início da crise sanitária global, pode-se asseverar que as recomendações básicas são amplamente conhecidas e bem assimiladas pela esmagadora maioria. A manutenção da disciplina, portanto, é essencial para se evitar retrocessos e seguir avançando.

É fato que a vacinação progride de forma satisfatória no Rio Grande do Sul, onde quase dois terços da população estão com o esquema completo. Os números da doença apresentam declínio e, ao mesmo tempo, após longos períodos de restrições, há necessidade de a vida voltar o mais próximo possível da normalidade, com consequências positivas também para as atividades econômicas.

Mesmo assim, é preciso conservar uma avaliação meticulosa do quadro. Cabe às autoridades, especialmente ao governo gaúcho, manter uma leitura atenta dos dados, para eventualmente recuar em algumas flexibilizações se existirem sinais que tragam preocupação. É o que fazem, neste momento, alguns países da Europa. A volta à normalidade tem de ser, sobretudo, segura. Abusos e descomedimentos no comportamento podem levar a frustrações e à conclusão de que o afrouxamento das limitações das atividades foi prematuro. 

Não é o que a sociedade deseja. Por isso, é dever de todo cidadão manter a sua liberdade com responsabilidade, protegendo a si e ao próximo. Do poder público, aguardam-se os esforços necessários para ampliar ainda mais a cobertura vacinal, com a disponibilidade de doses, infraestrutura adequada, campanhas de conscientização sobre a segurança e a eficácia das vacinas e a busca ativa de não imunizados ou de pessoas que receberam apenas uma dose. 

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