Liberdade: dois pesos, 146 medidas
Denúncia: o conceito de liberdade está sendo torturado, espancado e violentado. Os agressores fazem parte do grupo que defende o suposto direito a não se vacinar. Suponhamos, apenas para efeitos de reflexão que, hipoteticamente, eles tenham razão, que ninguém deva se meter na vida de ninguém. Se vacina quem quiser e pronto.
Ora, se é assim, qual a base ética e conceitual para tentar impedir que o dono de uma empresa, por exemplo, se recuse a contratar alguém que não está imunizado? Cadê a liberdade dele? Pode então o Estado se meter numa decisão individual de um cidadão adulto e que paga impostos?
O argumento de que o veto aos não vacinados impacta a vida de muita gente é frágil. Não se vacinar também impacta. Além de contaminar os outros, pode gerar custos para quem nada tem a ver com isso, via SUS.
Tentar proibir empresários de contratar quem não está imunizado e, ao mesmo tempo, achar correto que pessoas possam não se vacinar é uma das contradições mais absurdas desses tempos de muito grito e pouca razão. A liberdade é mesmo linda. Para alguns, serve de justificativa até para cometer atentados. Contra a liberdade dos outros.
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