terça-feira, 19 de setembro de 2023



19 DE SETEMBRO DE 2023
POLÍTICA +

D?Alessandro, o sempre solidário

Solidário como sempre foi quando jogava no Inter, o argentino Andrés D?Alessandro ligou para o secretário estadual dos Transportes, Juvir Costella, quando soube da extensão dos estragos provocados pela enchente no Vale do Taquari, se oferecendo para ajudar.

Costella disse que a maior urgência agora era de material escolar. D?Alessandro, hoje coordenador de futebol no Cruzeiro (MG), doou o que tem de mais valioso: sua imagem. Sugeriu que o secretário procurasse empresas potencialmente doadoras e se ofereceu para gravar um vídeo institucional para cada uma.

Primeira companhia conta­tada, a Credeal, doou 15 mil cadernos. D?Ale mandou uma caricatura na qual aparece vestido de gaúcho, com uma bola no pé e uma cuia na mão. A caricatura feita por Oberdan Machado será impressa em mais mil cadernos para distribuição na quinta-feira, no Vale do Taquari.

Costella também procurou a Tris, fornecedora de material escolar, e propôs a mesma associação ao nome do ídolo colorado. A empresa topou na hora e entregará cerca de 40 mil itens para 10 mil crianças.

Concursos públicos devem ser revistos

A entrevista que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu ao programa Canal Livre, transmitida domingo pela Band News, foi ampla e abordou os principais temas relacionados à gestão das finanças, mas o que mais chamou atenção foram os comentários sobre a reforma administrativa. Essa reforma é muito semelhante à tributária: todos concordam que é necessária, mas cada um tem a sua.

Com outras palavras, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem dito que a reforma administrativa vai andar por bem ou por mal. Haddad diz que o governo está disposto a discutir uma reforma, desde que seja apresentada "nos termos adequados". O que seriam "termos adequados" para Haddad não é exatamente o mesmo para o mercado, a oposição e o próprio Lira, que tem um pé no governo e o outro no barco das conveniências.

Um ponto que Haddad considera adequado tem a ver com a revisão dos concursos públicos. Impossível discordar. Hoje, os concursos para cargos do governo federal são extremamente disputados. Para ser aprovado, um candidato gasta o que tem e o que não tem em cursinhos preparatórios. Passa noites em claro debruçado sobre apostilas, estudando conteúdos que nem sempre são os mais adequados para avaliar a capacidade de fazer um bom trabalho no setor privado.

- Os concursos ainda são muito malfeitos, ainda selecionam de forma visada, não são os mais adequados. O estágio probatório tem de ser levado a sério - disse Haddad na entrevista.

Eis aqui um ponto-chave: o estágio probatório (em geral de três anos) é o tempo suficiente para o candidato selecionado provar que é apto para o cargo. Se não consegue mostrar isso nos primeiros meses, tem tempo para melhorar. Para isso, é preciso que os órgãos públicos tenham ferramentas adequadas de avaliação. Se reprovado no estágio probatório, o candidato terá de procurar um trabalho no setor privado ou fazer concurso para outro cargo no qual possa aproveitar melhor suas habilidades.

- Se a pessoa não tem vocação para o serviço público, elimina - sintetizou Haddad.

O ministro também defende na reforma a reestruturação dos planos de carreira, para que os servidores tenham um horizonte a perseguir. Para garantir maior produtividade, a avaliação deveria ser permanente. Foi-se o tempo da promoção por tempo de serviço: para evoluir na carreira o servidor precisa fazer por merecer.

ROSANE DE OLIVEIRA

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