11 DE SETEMBRO DE 2023
INFORME ESPECIAL
De Caraá para o Vale do Taquari
Caraá, no Litoral Norte, foi um dos municípios mas atingidos pelo ciclone extratropical que varreu a região há pouco menos de três meses. Eram da cidade cinco das 16 pessoas que perderam a vida devido à enxurrada. Mesmo com a batalha pela reconstrução em andamento, o poder público local não hesitou em prestar o auxílio possível às prefeituras do Vale do Taquari assoladas pela enchente de uma semana atrás.
Ainda na quinta-feira, o prefeito de Caraá, Magdiel dos Santos Silva, foi a Roca Sales e a Muçum. Levou membros da equipe de Defesa Civil do município para ajudar em tarefas como cadastramento de voluntários, organização de doações e elaboração dos planos de trabalho necessários para ter acesso a recursos federais. A experiência traumática de junho acabou sendo útil para colaborar com a ordenação de algumas das ações mais urgentes. No sábado, com o apoio de uma universidade, também foi um ônibus com cerca de 30 com voluntários e psicólogos do Litoral Norte para o trabalho de acolhimento aos atingidos e pessoas que perderam familiares.
- Toda onda de solidariedade que nos envolve acaba, de certa forma, diminuindo a nossa dor. Mas são marcas que ficarão para sempre. O tempo poderá amenizar. Que os prefeitos e as comunidades tenham força para superar isso tudo. É preciso união - diz Silva.
O prefeito de Caraá estava ontem outra vez no Vale do Taquari. Para se reunir com colegas e aproveitar a vinda ao RS do presidente em exercício Geraldo Alckmin e comitiva de ministros para pedir agilidade no apoio financeiro. Após o evento de junho, o município conseguiu restabelecer parte da infraestrutura (pontes e estradas) com o auxílio do Estado. O novo ciclone extratropical de julho, no entanto, destruiu muito do que foi recuperado. O trabalho recomeçou, mas o temporal da semana passada voltou a espalhar estragos nos pontos reconstruídos.
Agora, diz o prefeito, são aguardados os recursos prometidos pelo governo federal. A chegada da ajuda humanitária e a limpeza urbana aconteceram de forma rápida, mas o município ainda não teve o plano de trabalho aprovado em Brasília para receber a verba destinada a recuperar a cidade e a infraestrutura viária. Apenas no caso das pontes, foram 12 totalmente destruídas e 57 com danos estruturais.
Fé na reconstrução
Em meio ao intenso esforço para limpar e começar a reconstruir a cidade, uma cena despertou a atenção do repórter fotográfico Jefferson Botega, na quinta-feira, em Muçum, no Vale do Taquari. Servidores da prefeitura reuniam em um local objetos de cunho religioso, como bíblias e imagens de santos. Era como uma espécie de altar da enchente, relata. Entre os itens recolhidos junto à lama estava também uma placa (foto) com a oração do Pai-Nosso.
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