Confronto de gigantes
Depois que o executivo que comandava a Americanas quando estourou o "sumiço" de R$ 20 bilhões, Miguel Gutierrez, afirmou que "todas as decisões estratégicas na história do grupo, inclusive nos últimos anos, foram tomadas pelos controladores", o escândalo subiu vários andares.
Outro gigante nacional, o Bradesco - um dos maiores credores -, incluiu a um processo que tramita desde o início do ano uma petição em que põe em dúvida a falta de conhecimento do trio de sócios da varejista sobre as fraudes na contabilidade, e levanta a questão da influência do trio nas decisões da companhia.
Além de arranhões à imagem de sucesso de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, pode haver consequências para os credores, sob a forma de atraso na aplicação do plano de recuperação.
Tragédias exigem plano permanente
Quando uma tragédia do tamanho da que atingiu o Estado na semana passada acontece, é preciso, sim, levantar erros eventualmente cometidos. Não para apontar culpados, mas para corrigir o rumo. A polêmica sobre a existência ou não de alertas sobre a iminência da enxurrada que arrastou não só casas, mas indústrias, lojas, agências bancárias - ou seja, meios de subsistência de cidadãos, que fez a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) propor a criação de um Programa Emergencial de Recuperação Econômica na região - precisa ser a última.
Depois dessa última lição, não há mais como alegar surpresas com a violência dos fenômenos "naturais". A coluna subscreve o apelo da colega Juliana Bublitz (publicado na página 2): é hora de adotar uma forma permanente de lidar com as mudanças climáticas. Seja sob a forma de um comitê ou aproveitando estrutura já existente - como o painel da estiagem ampliado - o Rio Grande do Sul precisa encerrar as polêmicas e abraçar soluções.
Ontem, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, primeiro a ver o efeito devastador da enxurrada no Estado ao lado do colega da Comunicação, Paulo Pimenta, fez um anúncio que pode inspirar o governo gaúcho: a criação de regiões sob emergência climática permanente, aqueles afetados por problemas relacionados a fenômenos atmosféricos de forma recorrente. A ideia havia nascido no Ministério de Meio Ambiente, focada em áreas afetadas periodicamente por incêndios florestais, e agora deve ser ampliada por focos potenciais de enchentes.
Faz diferença o fato de que nem o atual governo federal, nem o atual governo estadual, contestam a mudança climática. Como já afirmaram o presidente e o governador, não há como negar as evidências científicas - e, lamentavelmente, as consequências danosas - do principal efeito do aquecimento global, a maior intensidade e frequência dos eventos atmosféricos - seja El Niño, ciclone extra-tropical ou microexplosão. Os nomes variam, o problema que agrava cada fenômeno é o mesmo: a Terra está mais quente.
É por reconhecer - e sentir literalmente na pele essa transformação - que Estados Unidos e Europa estão investindo bilhões na transição energética. Estamos atrasados, como humanidade, tem advertido a ONU, por meio do Painel Intergovernamental do Clima. Temos de nos apressar.
foi a alta da bolsa, ontem, resultado de melhora das perspectivas sobre a China, que se traduziram em alta nas ações da Vale, entre outras. O dólar recuou 1,04%, também na esteira da menor percepção de risco no Exterior.
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