quarta-feira, 11 de novembro de 2015



11 de novembro de 2015 | N° 18352+ 
ECONOMIA | Marta Sfredo

CAMINHÕES EM SÉRIE

Melhor pensar duas vezes antes de debitar só à crise brasileira o fechamento da unidade da americana Navistar International em Canoas. Quem acompanha os movimentos dos fabricantes de caminhões adverte que, no mínimo, houve combinação entre os problemas locais e a situação do grupo nos Estados Unidos. Lá, a necessidade de cumprir limites de emissões fez com que a empresa enfrentasse sérias pressões de custo. A retração do mercado nacional foi apenas a gota dágua que faltava.

Sinal de que houve algo além do efeito da crise é o fato de que, enquanto a International se retira do Estado pela quarta vez – especialistas avaliam que não deve haver a quinta –, outras fabricantes de caminhões estão chegando. A Foton, com obras em ritmo lento, mas andando, em Guaíba, é apenas um caso.

Houve tentativa de aproximar a International, insatisfeita com resultados locais e pressionada a encerrar as operações em Canoas, da filial chinesa que pretende começar a produzir em Guaíba dentro de pouco mais de um ano. Fontes que acompanharam a negociação atribuem a dificuldade a cláusulas de continuidade de operações que não interessavam aos chineses. O financiamento do BNDES para a unidade da Foton em Guaíba foi aprovado há um mês e, vencido o atraso do licenciamento, a tendência é de que a obra ganhe velocidade.

Até março, a chinesa prevê o início da produção de caminhões de pequeno porte, ainda que em “casa alugada”, ou seja, terceirizando parte da operação. O problema é que as centenas de trabalhadores demitidos da International, se quiserem ir para a Foton, terão de esperar ao menos um ano se quiserem disputar vaga.


PROSPECÇÃO COM MOLHO SHOYU

Às vésperas do anúncio de um investimento da Toyota no Brasil, previsto para dezembro, uma micromissão gaúcha embarca amanhã para o Japão. O Banco de Tóquio apoia o governo do Estado na agenda, como resultado da aproximação entre o Rio Grande do Sul e o país asiático. Integram a comitiva apenas o secretário do Desenvolvimento, Fábio Branco, e dois assessores da pasta – em tempos de crise, missão e orçamento enxutos.

O programa prevê visitas, inclusive à Toyota, mas Branco está mais confiante a respeito da fabricação de caminhões de pequeno porte da icônica indústria japonesa.

O maior projeto da Toyota no Brasil é a nacionalização do Prius, carro híbrido que é sucesso de vendas no mundo inteiro, em especial na Califórnia.

Em outubro, o governo federal zerou o imposto de importação para automóveis elétricos e a hidrogênio, que tinham alíquota de 35%, e manteve a dos híbridos entre zero e 7%. Enquanto avalia onde fazer a nova unidade, a Toyota amplia o relacionamento: em Porto Alegre, um Prius passou a equipar a frota da Polícia Civil.

Em São Paulo, convênio com prefeitura e taxistas incorporou unidades na frota em condições especiais. Táxis representam um grande mercado para o modelo, porque a economia de combustível é tanto maior quanto mais roda o veículo. No caso dos táxis, o consumo cai um terço.

AUTOR DA POLÊMICA FRASE O JEITINHO É A ANTESSALA DA CORRUPÇÃO, ALBERTO CARLOS ALMEIDA, AUTOR DO LIVRO A CABEÇA DO BRASILEIRO, É UM DOS PRINCIPAIS CONVIDADOS PARA O SEXTO COLÓQUIO DO FÓRUM DA LIBERDADE, ÀS 19H DO DIA 30, NO HOTEL SHERATON. O INSTITUTO DE ESTUDOS EMPRESARIAIS VAI PROPOR O TEMA BRASIL: UM PROBLEMA CULTURAL?

SAUDAÇÕES CAPIXABAS

O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, vai dar uma passadinha pelo Piratini para conversar com o colega José Ivo Sartori. Mas o principal motivo de vir ao Estado é a visita a Walter Lídio Nunes, presidente da Celulose Riograndense.

Os dois se aproximaram quando Nunes presidiu o movimento ES em Ação, para atuar sobre uma situação de crise social severa enfrentada pelos capixabas.

O executivo foi trabalhar na Aracruz em 1977 por três anos, mas acabou ficando 33. O retorno ocorreu em 2010, chamado pelo grupo chileno CMPC. Acompanhando o governador, Carlos Aguiar, ex-presidente da Aracruz e atual conselheiro da Fibria e da Ibá, vai aproveitar para conhecer a fábrica em Guaíba.

O AEROMÓVEL gaúcho será uma das atrações do fórum Disrupting Mobility, que será realizado de hoje a sexta-feira em Cambridge. Marcus Coester, filho de Oskar, o inventor do monotrilho, vai apresentar o projeto no evento que tem apoio da Universidade de Bekerley e do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Segundo Coester, depois de ficar 30 anos empacado, agora o sistema tem cerca de 30 propostas para se mover.

OBRAS TOTAIS
Quem circula pelo Shopping Total, em Porto Alegre, vê que o cenário é de obras a pleno vapor. As reformas terminam mais cedo na Hospitalar ATS, que deve abrir as portas no final do mês. A empresa, que nasceu como Hospitalar Atenção Total à Saúde, é especializada em apoios à internação domiciliar, monitoramento de pacientes crônicos, gestão de saúde em grupo e ambulatório. A ATS se instalou no quarto e no quinto andares de um dos prédios históricos da antiga cervejaria Brahma.

Em seguida, será a vez da Tumelero Home Center, uma unidade de 2,5 mil metros quadrados que deve abrir em dezembro, a primeira da rede em shopping. O espaço amplo da loja também inclui a preservação de uma parede das instalações originais, mas tem construção nova no projeto. O conjunto terá um skylight que valoriza a arquitetura.

O café colonial Bela Vista, que tinha inauguração prevista para setembro, vai precisar de um pouco mais de tempo para concluir o minucioso trabalho de restauração, que inclui passar uma lixa do tamanho de uma para unhas em uma escada de ferro interna que será preservada. Vai ficar para 2016.

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