sábado, 22 de janeiro de 2022


22 DE JANEIRO DE 2022
CHAMOU ATENÇÃO

O super-herói dos peixes

Caetano, três anos e 11 meses, tem a energia da maioria das crianças da sua idade: corre no pátio, enche o balde com carrinhos, persegue a shitzu Amora e busca o convidado pela mão, mostrando orgulhoso os super-heróis enfileirados na prateleira do quarto. Diz que ele próprio tem os super-poderes força e segurança. Mas é uma herança de casa que o destaca na luta contra o mal: puxando a caçamba na beira-mar de Tramandaí, ele recolhe o lixo deixado pelos vilões.

- É pro peixinho não morrer - resume o Super Caetano.

Os cuidados com o ambiente são reflexo de um hábito do avô, Eliseu Souza Meregali, 52 anos. Ele leva para a praia uma sacola plástica, que retorna repleta de objetos descartados incorretamente.

- Um dia brinquei com o Caetano, dizendo que ele poderia salvar o planeta, não deixando o lixo ir para o oceano - explica o avô.

No sábado anterior, Super Caetano entrou em ação: ao avistar uma moradora largando sacolas na calçada, gritou "lugar de lixo é na lixeira", recebendo depois a explicação de que ela estava colocando os resíduos para serem recolhidos pelo caminhão da coleta.

- Para nós, como pais, é um orgulho muito grande - afirma a mãe, Rita Guimarães, 33 anos.

No balneário, a criança já reuniu outros amiguinhos para a missão. Em casa, no município de Santo Antônio da Patrulha, o mano mais velho quer servir de exemplo para o pequeno Ernesto, de um mês de vida.

O pai, Diego Meregali, 34, conta que outro dia recebeu mais uma lição do filho.

- Passamos por algumas pessoas na rua e ele disse assim: ?Quero dar comida pra eles, porque são pobres?. É a pureza dele - relembra o pai babão.

TIAGO BOFF

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