14 DE JANEIRO DE 2022
FREIO AO DESENVOLVIMENTO
Brasileiro confia pouco nas pessoas, diz estudo
Brasileiros e latino-americanos confiam menos nas pessoas do que o restante do mundo, e isso está contribuindo para o baixo desenvolvimento econômico e social da região, concluiu estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), divulgado ontem. O documento mostra que apenas 12,6% dos latino-americanos confiam na maioria das pessoas. Último colocado entre os vizinhos, o Brasil tem desconfiança ainda maior: apenas 4,69% acreditam uns nos outros.
O percentual está abaixo da média mundial, de 25%, e dos países ricos que integram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, a OCDE, de 41%. O estudo analisou correlações entre a confiança e questões como níveis de produtividade, inovação e formalização do mercado de trabalho e concluiu que, quanto maior o descrédito, pior são as questões econômicas e sociais.
- Quando pensamos em política pública, vêm à cabeça temas como reformas fiscais e produtividade, que são essenciais, evidentemente, mas a confiança também é um tema central para a recuperação econômica - disse o representante do BID no Brasil, Morgan Doyle.
Ele afirmou que a desconfiança prejudica o apoio a reformas, trava a inovação e prejudica a redução da burocracia. Para o BID, aumentar a confiança é fundamental para a recuperação econômica na América Latina e Caribe no pós-pandemia.
Sugestões
O estudo oferece recomendações para os formuladores de políticas públicas de como reduzir o problema. Conforme o BID, é necessário diminuir as diferenças no acesso à informação, "investindo em órgãos reguladores de alta qualidade e educando e informando melhor os cidadãos para lhes dar as condições necessárias para detectar e evitar comportamentos não confiáveis". Entre outras sugestões, estão ainda maior transparência no orçamento público e na regulação, fortalecer partidos, eleições e sociedade civil e aumentar as oportunidades de participação dos cidadãos.
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