quinta-feira, 27 de janeiro de 2022


27 DE JANEIRO DE 2022
INFORME ESPECIAL

As gentilezas de Quintana

Ok, ok, já estou me tornando repetitiva, eu sei. Acontece que não param de chegar novas mensagens de leitores com belas histórias do poeta Mario Quintana. Desde que publiquei a poesia que agora faz parte do acervo da Biblioteca Pública do Estado, abri uma espécie de "portal" de memórias inesquecíveis. Veja se isso não merece atenção:

A arquiteta Marta Ghezzi me procurou para contar que sua tia-avó, Amelia Vallandro, já falecida, trabalhou na Editora do Globo como revisora. Lá, conheceu Quintana e viveu uma experiência parecida com a de Marietina Oliveira da Silva, que retratei na última terça-feira.

- Minha tia possuía um desses cadernos mencionados na coluna (um caderninho de recordações, onde as pessoas deixavam mensagens). A última folha continha um pequeno poema de Quintana - relata Marta, que herdou a lembrança.

Na folha colada com fita adesiva, está o soneto Estrelas (leia abaixo), hoje emoldurado na parede da sala da arquiteta, junto de outras preciosidades do valoroso caderno.

Outra leitora, a relações públicas Maria Luiza de Campos Matos, relata que trabalhou na Casa de Cultura nos anos de 1980, quando ali ainda havia o Hotel Majestic, onde viveu Quintana.

- Mario descia todos os dias, e tomávamos café juntos. Ele fumava o cigarrinho dele e me contava as histórias da vida. Às vezes, ele pedia um papel e uma caneta. Escrevia versos e me dava. Eu dizia: "Seu Mário, este não está assinado". Ele respondia: "Não precisa, todo o mundo conhece a minha letra" - recorda ela, saudosa.

Até hoje, Maria Luiza preserva os originais. Como no caso de Marta, alguns deles viraram quadros.

JULIANA BUBLITZ

Nenhum comentário: