segunda-feira, 17 de janeiro de 2022


17 DE JANEIRO DE 2022
PRIMEIROS 11 MESES DE 2021

Incertezas para 2022

O professor Ely José de Mattos, da PUCRS, afirma que parte dos economistas projetam inflação entre 4,5% e 5% neste ano. Mesmo com essa análise mais otimista, o país teria um crescimento baixo, segundo Mattos. O economista afirma que tem uma projeção mais pessimista, com ambiente para inflação acima dos 5% em um contexto que pode contar com efeitos da estiagem, da crise energética e de dólar alto.

- Se a inflação vier acima dos 5%, aí o crescimento vai ser ainda menor - pondera.

A economista-chefe Patrícia Palermo, da Fecomércio-RS, destaca que o desempenho do comércio no Estado em novembro pode ser um termômetro para o cenário do setor em 2022. Mesmo com a Black Friday, o varejo amargou resultado negativo no Estado no mês. Isso ocorre por causa de fatores ligados à demanda, como inflação e juro altos, e à oferta, como dólar elevado, energia elétrica cara e desorganização do fornecimento de matérias-primas e insumos. Isso dificultou a formação de estoques e atrapalhou as grandes promoções de muitos varejistas. Patrícia afirma que não enxerga cenário muito diferente para este ano:

- Em 2022, ainda teremos inflação alta e o crédito vai se tornar mais caro. A recuperação da economia perdendo tração também vai refletir num ritmo mais lento do mercado de trabalho. Todo esse cenário exerce influência negativa sobre a dinâmica do varejo.

Em relação aos serviços, Patrícia diz que, além de fatores econômicos, o desempenho do segmento em 2022 depende dos efeitos da pandemia na confiança das pessoas, que podem impactar na circulação e na busca por serviços que dependem de atividades presenciais.

Na indústria, o economista-chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes, projeta ano de crescimento, mas com avanço mais tímido na comparação com 2021. As eleições podem adiar algumas decisões, o que impacta na economia, avalia.

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