quarta-feira, 2 de março de 2011


Irmão Joaquim Clotet *

02 de março de 2011 | N° 16627
ARTIGOS


A nobre tarefa de bem educar

O início do ano acadêmico é um período que envolve dinamismo, alegria, curiosidade e certa expectativa por parte da comunidade docente e discente. Formar integralmente a pessoa vai além da transmissão de conhecimentos. Exige uma postura que envolve a socialização de informações, com vistas ao desenvolvimento de novas habilidades e competências.

Educar é missão preferencial da família e, por delegação, do professor, o que não exclui o Estado nem a Igreja. Desde a Educação Básica à Educação Superior, com foco na última, é preciso reconhecer que há motivos para sermos otimistas.

Cabe destacar o interesse da anterior e da atual gestão da presidência da República e das respectivas equipes de trabalho no vasto campo da educação, de políticas públicas que visam à inclusão da população de baixa renda no ensino superior.

Constata-se, também, a preocupação crescente com a necessidade de preparar profissionais das engenharias e tecnologias da informação; com o insuficiente número de professores para atender à Educação Básica; com a identificação das profissões do futuro, considerando o crescimento econômico e financeiro do país.

Além desses aspectos, há uma série de características pessoais e sociais relacionadas ao genuíno protagonista da educação – o aluno – que condicionam o devotamento do professor. Cabe destacar as aparentemente inescusáveis lacunas em conhecimentos básicos apresentados por alguns estudantes; o contingente crescente de pessoas maduras que ingressam nas faculdades após a experiência de uma profissão; a necessidade de alguns alunos em compatibilizar sua formação acadêmica com exigências do mundo laboral. Enfim, inúmeros problemas, vivenciados por esses protagonistas que têm vontade de vencer.

Isso tudo demanda planejamento, reflexão e ação dos responsáveis maiores pela educação no país e a colaboração altamente relevante para o desenvolvimento de uma nação de quem se dedica à nobre tarefa de bem educar: o professor. Considero não exagerar ao afirmar que o futuro do país passa, inquestionavelmente, pela qualidade da gestão da sala de aula.

Quem possui o leme da mesma é o docente. Dele fala o historiador Henry Adams ao afirmar: “O professor trabalha para a eternidade e ninguém pode dizer onde é que acaba a sua influência. O exercício da docência, nessa perspectiva, não pode perder a relevância que lhe é intrínseca”. Com o seu ser, o seu saber e a sua produção científica ele contribui para a transformação da sociedade, para a construção da cidadania, alicerçada na justiça, no respeito, no trabalho e na solidariedade.

* Reitor da PUCRS

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