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quinta-feira, 31 de março de 2011
31 de março de 2011 | N° 16656AlertaVoltar para a edição de hoje
PAULO SANT’ANA
O cão da salsicha
O cão que tenho atualmente é da raça lhasa apso, originária do Tibete.
O nome de meu cão de tamanho médio é Kunga.
Acontece que sempre me bati contra darem para os cães somente ração animal e água.
Eu sempre acreditei que os cães, a exemplo dos humanos, têm direito a comer alguma coisa diferente daquela ração animal que lhes damos todos os dias, o que deve ser maçante e aborrecido para os cachorros.
Como é aborrecido para os homens fazer sexo com a mesma mulher durante 20 anos. De vez em quando, presumo que o homem tenha direito a comer uma coisinha fora do cardápio, um petisco.
Os cães, no meu entender, têm direito a comer petiscos.
Se me fosse imposto comer só verduras e carne todos os dias, como me acontece durante exames médicos que estou realizando, se fosse eu obrigado a comer a mesma coisa todos os dias, eu me suicidaria.
Como é, então, que obrigamos nossos cães a comer só ração animal e beber água todos os dias?
Deve ser um saco.
Pois bem, meu cão Kunga, quando cheguei anteontem em casa com um pacote contendo peixe frito, deu um voo espetacular e abocanhou o pacote.
Sei que os gatos gostam de peixe, mas, com dieta obrigatória e diária de ração animal, até meu cão avançou no peixe que eu trazia nas mãos.
Mas o melhor me aconteceu esses dias, quando peguei meu cão e fui passear com ele num dos locais mais civilizados da cidade: o Jardim Europa, quase junto ao Iguatemi.
Singela cena, tantas vezes repetida na cidade: eu e meu cão passeando, muito por causa dele, mas muito também por minha causa, ambos precisamos caminhar.
Mas me bateu uma pequena fome no passeio e eu cedi a um apelo consumista: fui a um carrinho de cachorro-quente e comecei a comer um, enquanto caminhava.
Pois não é que meu cão, num surpreendente voo, abocanhou o cachorro-quente de minha mão, deixando-me somente o pão e o molho, e ficando com a salsicha?
Depois disso, não tive mais dúvida de que a ciência veterinária precisa rever o seu conceito, permitindo que os cães por vezes rompam sua dieta de ração e comam petiscos.
É dos direitos humanos.
Marília, aquela moça que estuda Publicidade na PUC, que se mostrou tão encantadora quando a conheci na Rua Padre Chagas e conversou comigo e com o Gastão Wallauer, deixou-me um remorso: perdi seu telefone e esqueci seu sobrenome.
Não gostaria que caísse no esquecimento a nossa relação, absolutamente não maliciosa, mas é que, Marília, teu sorriso foi uma das mais encantadoras paisagens que vi nesses últimos dias, tenebrosos para mim.
Manda depressa dizer alguma coisa de ti, Marília.
Há só uma coisa na Terra melhor e mais saborosa que a inteligência: é um chope à tardinha.
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