sexta-feira, 25 de março de 2011


Jaime cimenti

Parabéns a você, e dá-lhe, dá-lhe, Porto Alegre!

E dá-lhe, dá-lhe Porto Alegre, guria índia-açoriana-negra-europeia e universal, ainda meio inibida. Também, tchê, só duzentos e trinta e nove aninhos. No máximo tu é uma jovem senhora. Quase sem plástica, só um pouco de botox e uma pequeno reparo nas pálpebras.

Na tua lista de presentes vamos botar uma ciclovia decente, um metrozinho básico, um Cais do Porto bonito e possível, menos lixo nas ruas, mais turistas de lazer, mais meses com jeito de abril e outubro, mais descontração, ousadia e muito menos timidez.

Tipo assim, no futebol, onde somos campeões mundiais azul-vermelho, ganhamos tudo e não tem pra ninguém.

Mais conversa, mais união e planejamento e consulta popular de todo tipo, que tu és de todos os da Capital, do Interior, de outros estados e dos gringos que chegam de todo canto do mundo, para dizer deu pra ti baixo astral, Porto Alegre é demais, e, agora, com nosso Museu Iberê, falar: te cuida Guggenheim!!!

Pois é, depois que o patrão velho lá de riba criou Londres, Roma, Paris, Nova Iorque, Rio de Janeiro e Bento Gonçalves, ele pegou prática e nos deu Porto Alegre.

São Francisco da Califórnia com seus morros até parece Porto Alegre, que tem sete morros maravilhosos, impressionantes dezessete metros quadrados de verde por habitante, zona rural imensa e 72 quilômetros de costa prontos para melhor aproveitamento, principalmente depois de limparmos o Guaíba, onde desejamos todos voltar a tomar banho de infância e juventude, andar de triciclo e bicicleta na beira, e, no mínimo, tomar Q-Suco sabor guaraná e degustar acessíveis bolachas sortidas.

E viva Moacyr Scliar, homenageado da Semana, viva Erico, Mario Quintana, Elis, Lupicínio, Loureiro da Silva, viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu, viva nós e viva a luz de lâmpada dicroica que o sol está fazendo pousar de leve, na cidade, neste outono que já promete aconchegantes cobertores de orelha, vinhos e lances no edredom.

Nunca vai dar pra ti e pra nós, Portinho. Porto Alegre, sempre vamos te amar, mesmo quando estiveres tímida, ventosa, nublada, engarrafada, chuvosa, emburrada ou envaretada. Nosso amor é incondicional, tipo de mãe.

Experimente alguém falar mal de ti, que aí viramos bichos. A gente sabe que praticamente ninguém de fora é louco a ponto de ficar falando. É isso, fui, vou caminhar no Parcão, na Redenção, na Encol, no Marinha (nossa estância urbana), no calçadão de Ipanema, nas ruas do Rio Branco e da Cidade Baixa e onde mais o coração levar minhas pernas.

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