
Saque-aniversário seguirá firme
O saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não será extinto, reforçou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Ele próprio era um dos defensores de que acabasse, sob o argumento de que o recurso deveria ser usado para políticas públicas, como financiar moradia popular e obras de infraestrutura.
Junto da poupança, o FGTS é fonte essencial de empréstimos para compra da casa própria, especialmente no Minha Casa Minha Vida. O saque-aniversário e, agora - em tempos de baixa popularidade do governo Lula -, a liberação do dinheiro que ficava retido têm sido apontados como uma desidratação dos recursos, que já estavam escassos travando a assinatura de contratos. Em resposta à coluna durante entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Marinho tentou tranquilizar o setor da construção civil.
- Tenho dialogado com o setor. A preocupação é liberar agora e daqui para frente também. Mas nós estamos liberando para este pessoal os R$ 12 bilhões agora. Está precificado. A lei permanece, protegendo a construção civil, que acha que pode ter vulnerabilidade do Fundo de Garantia. Eu garanto, não afeta a saúde do FGTS, o Minha Casa Minha Vida nem o financiamento de projetos - detalhou o ministro.
Nova proposta
A esperança de Marinho é de que, com a criação da nova proposta de consignado do governo federal, o trabalhador deixe de aderir ao saque-aniversário - que autoriza retirada anual de determinado valor -, mantendo mais recursos no FGTS. _
Antecipação
A liberação para demitidos do saldo retido no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) adiou a data do saque-aniversário de março para a partir do dia 13. Tradicionalmente, quem aderiu tem acesso ao dinheiro no primeiro dia útil do seu mês de nascimento. A alteração é excepcional e o calendário voltará ao normal em abril, diz o superintendente da Caixa Econômica Federal no RS, Renato Scalabrin.
Caixa faz leilão com 84 imóveis do RS
Leilão da Caixa Econômica Federal tem 84 imóveis à venda no Rio Grande do Sul, entre apartamentos, casas e terrenos. O menor lance é de R$ 42.987 por um terreno em Arroio do Sal. Já o maior é de R$ 178.448 por um apartamento de três quartos e 121m2 no Centro Histórico de Porto Alegre.
A maior parte se concentra em Canoas e Porto Alegre, mas há unidades também na Região Metropolitana, na Serra e no sul do Estado. _
Leitor perguntou em qual momento do ano se vende mais imóveis na praia. Vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RS (Sinduscon-RS), Renan Martinello diz que mantém-se linear até os meses que antecedem a temporada, de setembro a novembro, quando o mercado aquece. Em 2024, o Litoral Norte bateu recorde de R$ 6 bilhões em vendas.
Sob críticas, programa de habitação terá mudanças
Ainda sob críticas de demora por parte de construtoras, imobiliárias, corretores e clientes, o Porta de Entrada, programa estadual que subsidia R$ 20 mil para a entrada na compra de imóveis, passará à Caixa Econômica Federal a responsabilidade de análise dos documentos.
O secretário estadual de Habitação e Regularização Fundiária, Carlos Gomes, projeta uma redução imediata de dois meses para um mês no prazo para liberação do dinheiro.
Para o segundo semestre deste ano, a ideia é reduzir esse tempo a 15 dias, implementar um sistema que permita acompanhar o trâmite e ainda anunciar uma segunda fase do programa, com um aporte ainda maior de recursos destinado pelo governo do Estado. _
De vilões a mocinhos
Além do peso direto no orçamento das famílias e na inflação, alimentos escolhidos pelo governo Lula para reduzir o imposto de importação têm efeito em cascata.
O milho é ingrediente de vários outros produtos, de farinhas à ração de aves e suínos, ou seja, mexe no preço da carne e do ovo, que virou vilão. Outro exemplo são óleos e açúcar, insumos de diversos industrializados, além do tradicional bolo da dona de casa.
Carnes e café são alimentos sensíveis para o paladar brasileiro e não ficariam de fora, mas sobem pela alta dos preços no Exterior, o que gera dúvidas sobre o efeito prático de reduzir imposto de importação. Biscoito, massa e sardinha, também beneficiados, completam a cesta de compras. O preço dos alimentos abala a popularidade do presidente Lula.
O agro aceitará essa concorrência internacional? Não é por menos que o anúncio foi feito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Ambos têm trânsito entre os produtores e prometeram benefício do Plano Safra para cesta básica e acelerar inspeções sanitárias. Além disso, baratear matéria-prima garante apoio da indústria. _
Paquetá encerra produção em fábricas
Enfrentando forte crise financeira há anos, o grupo Paquetá está, nos últimos meses, encerrando a produção nas fábricas. Resta uma pequena operação industrial em Sapiranga, que funciona com poucos funcionários. As que restavam no Nordeste foram vendidas ou cedidas.
Em nota à coluna, o diretor-executivo Eurico Tatsch Nunes enfatizou que as negociações incluíram a manutenção dos empregos. Acrescentou ainda a possibilidade para a unidade que segue aberta: "uma retomada gradativa da operação, de acordo com as perspectivas de mercado".
A gigante calçadista, que chegou a empregar mais de 12 mil funcionários, pediu recuperação judicial em 2019 com dívida de R$ 638,5 milhões. À época, tinha 11 fábricas e 148 lojas, incluindo a marca Gaston. A operação foi minguando desde então, inclusive com a venda de todo o varejo para a Oscar Calçados, de São Paulo, que mantém a marca nas lojas pela força com o consumidor gaúcho e até voltou a abrir unidades.
Em 2023, fez um aporte financeiro para encerrar o processo e evitar a falência, conduzindo uma reestruturação extrajudicial. O administrador judicial José Paulo Japur lembra que, devido à falta de caixa e de acesso a crédito, só eram fabricados calçados para fornecedores que injetassem recursos antecipadamente, como Tory Bursh, Lacoste e Asics.
O secretário-geral do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região, Leandro Santos, estima que os créditos trabalhistas somem R$ 80 milhões. A empresa segue tentando vender seu imóvel sede. O dinheiro será usado para pagar funcionários. _
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