terça-feira, 11 de março de 2025



11 de Março de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

A Síria deve se tornar o novo Iraque

A História é pródiga em exemplos do que ocorre com um país formado por uma colcha de retalhos étnico-religiosa quando ditaduras sanguinárias que mantiveram a unidade a fórceps se desfazem.

Na antiga Iugoslávia de Josip Tito, tensões étnicas e políticas reprimidas pelo arbítrio vieram à tona, na década de 1990, levando a guerras, massacres e desintegração do país.

No Iraque de Saddam Hussein, a invasão americana em 2003 e a imposição no poder de um governo pró- Ocidente fizeram aflorar ressentimentos internos e uma guerra civil que durou vários anos.

Os ventos da Primavera Árabe converteram a Líbia de Muammar Gaddafi em um Estado pária de nacos de terra controlados por senhores da guerra locais.

O mundo corre nas últimas horas para evitar que a roda da História volte a girar, nessa direção, também na Síria, que, depois de anos de conflito civil, é palco da ascensão e tentativa de consolidação no poder de um grupo terrorista ligado à Al-Qaeda transformado em governo desde dezembro.

Como a vingança é prima-irmã do ocaso de regimes autoritários responsáveis por matanças e torturas, era bem previsível que, cedo ou tarde, a panela de pressão explodisse. Desde quinta-feira, grupos armados alauítas, grupo religioso que forma uma ramificação do islamismo xiita do qual Bashar al-Assad é oriundo, começou a atacar membros do atual governo.

A resposta veio nos dias seguintes, com as forças armadas sírias - integrada hoje pelos "ex-terroristas" - contra-atacando. A costa da Síria, em especial cidades como Jableh, Latakia e Tartus, redutos alauitas, virou campo de batalha. Mais de mil pessoas morreram em quatro dias.

O novo presidente, Ahmed al-Sharaa (que em seus tempos de terrorista usava o nome de Abu Mohammad al-Julani), afirmou que é preciso buscar a paz e a unidade e que é possível diferentes religiões e etnias conviverem. Parece um discurso para inglês (ou americano) ver. Palavras bonitas, normalmente, não são suficientes para conter o ódio e os ressentimentos de décadas. _

Milei e a crise climática na Argentina

Há pelo menos três dias, argentinos da região de Bahía Blanca (a 600 quilômetros de Buenos Aires) vêm enfrentando cenas de terror com uma enchente que já deixou pelo menos 16 mortos. O presidente Javier Milei decretou, ontem, três dias de luto nacional e confirmou o envio de 10 bilhões de pesos (R$ 54,8 milhões) em ajuda para cobrir as reparações.

O jornal argentino Página 12 revelou que a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, três dias antes do início da tempestade, demitiu todos os 485 trabalhadores da Direção Nacional de Emergências. O órgão era responsável por prestar assistência em casos de catástrofes, enviando suprimentos e profissionais para apoio e cuidado às vítimas.

O governo Milei é conhecido por criticar a agenda ambiental, alinhado às políticas de Donald Trump. No início de fevereiro, aventou a possibilidade de a Argentina se retirar do Acordo de Paris. Na mesma declaração, rejeitou a influência humana sobre as mudanças climáticas. Em outra oportunidade, chegou a dizer que a crise climática é uma "mentira socialista". _

UFRGS deve avaliar nova pró-reitoria de equidade

- Essa pró-reitoria vai olhar, avaliar, acompanhar e tentar identificar onde há evasão, vai tentar garantir, por exemplo, uma das lutas do parenting science, que é termos espaços de livre brincar, um espaço para amamentação - afirmou.

Segundo a reitora, a ideia é ter profissionais com capacidade técnica para debater as pautas que envolvem o tema. _

Os combustíveis fósseis e a COP30

Um dos pontos altos foi a defesa do financiamento público para quebrar as barreiras da desigualdade entre os países na pauta da mudança climática. A COP29, por exemplo, frustrou ambientalistas, já que o valor estipulado para financiamento climático, de US$ 300 bilhões por ano até 2035, ficou longe do US$ 1,3 trilhão reivindicado.

"Embora isso possa parecer idealista, a realidade é que há capital global suficiente para fechar a lacuna de investimento, embora haja barreiras para redirecionar o capital para a ação climática. Os governos, por meio de financiamento público e sinais claros para os investidores, são fundamentais para reduzir essas barreiras. Precisamos usar da melhor maneira possível a arquitetura financeira multilateral, remover as barreiras e resolver os entraves enfrentados pelos países em desenvolvimento no financiamento da ação climática."

Norte para os próximos anos

Na carta, o presidente relembrou a importância do evento e que a conferência de 2025 é simbólica, já que marca os 20 anos do Protocolo de Kyoto e os 10 anos do Acordo de Paris. Na avaliação de Corrêa do Lago, o encontro irá nortear os próximos anos. _

Recados do Canadá para Trump

- Ele está atacando trabalhadores, famílias e empresas canadenses. Não podemos deixá-lo ter sucesso e não o faremos - enfatizou durante o discurso.

O novo premier também teceu diferenças entre as políticas canadenses e dos EUA:

- Os americanos querem nossos recursos, nossa água, nossa terra, nosso país. Se tiverem sucesso, destruirão nosso modo de vida. Na América, a saúde é um grande negócio. No Canadá, é um direito. A América é um caldeirão cultural. O Canadá é um mosaico. A América não reconhece diferenças. _

INFORME ESPECIAL

Nenhum comentário: