
Revisão das dívidas do campo é sonho de uma tarde de verão
Chamado de "securitização", o projeto do senador Luis Carlos Heinze, de renegociar por 20 anos dívidas de produtores rurais afetados por eventos climáticos extremos a partir de 2021, como a cheia de 2024 no Rio Grande do Sul, tem pouquíssimas chances de se tornar realidade. No governo federal, o entendimento é de que o socorro dado à época da enchente e o aumento dos recursos do Plano Safra são as medidas possíveis em um cenário de crise fiscal. Se o projeto for aprovado na Câmara e no Senado, provavelmente será vetado pelo presidente Lula, em nome da responsabilidade fiscal e da isonomia com outros setores.
O projeto de Heinze prevê a renegociação das dívidas acumuladas para pagamento em até 20 anos, com três de carência. A taxa de juros, com capitalização anual, dependeria do perfil do produtor. As dívidas dos produtores seriam convertidas em títulos lastreados pelo Tesouro Nacional, até o limite de R$ 60 bilhões. Pela proposta, a renegociação valeria para dívidas contratadas até 30 de junho de 2025. Esses títulos seriam negociados no mercado financeiro.
A medida proposta por Heinze abrange produtores rurais de todo o Brasil, o que inclui os afetados pela seca no Nordeste e pelas queimadas no Cerrado. Beneficia ainda as cooperativas do agronegócio de cidades que enfrentaram emergência ou calamidade pública ou que tenham sofrido perdas comprovadas por laudo técnico agronômico.
Heinze diz que o Brasil tem mais de 100 mil agricultores pequenos, médios e grandes que já prorrogaram os débitos no ano passado com as enchentes e, este ano, estão prorrogando dívidas pela quinta vez, sem contar a safra de inverno.
Pequenos são prioridade; Farsul contesta
No governo, a prioridade é atender aos pequenos produtores, que não têm reservas financeiras para bancar os prejuízos de uma safra perdida.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, contesta essa visão. Diz que o fato de os grandes produtores comprarem equipamentos de última geração passa a ideia equivocada de que estão nadando em dinheiro, quando na verdade precisam se endividar para investir. _
01
Em Minas, Lula manda Trump falar manso com ele
Como se Donald Trump se intimidasse com alguém que fala grosso, o presidente Lula aproveitou uma visita a Betim, em Minas Gerais, para mandar um recado que sabe ser apenas retórico. Lula disse que o Brasil tem de ser respeitado pelo presidente dos Estados Unidos:
- Fale manso comigo, fale com respeito comigo que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado - disse, em referência à guerra comercial desencadeada por Trump.
A citação foi feita durante inauguração do centro de desenvolvimento de produtos no Polo Automotivo Stellantis. Lula sentou-se ao lado do governador de Minas, Romeu Zema (Novo). Nos discursos, os dois trocaram farpas.
Zema gabou-se de ter o secretariado mais enxuto do Brasil. Lula respondeu que o que conta é a qualidade e que não adianta encher o ministério de pessoas graduadas se elas não tiverem sensibilidade social. _
02
Homenageado na Câmara, Aod Cunha defende educação
Agraciado com a Comenda Porto do Sol pela Câmara de Porto Alegre, por iniciativa do vereador Moisés Barboza (PSDB), o ex-secretário da Fazenda Aod Cunha defendeu a educação como caminho para reduzir a desigualdade social.
- A meritocracia em sociedade só pode funcionar melhor se precedida e simultânea a melhor igualdade de oportunidades iniciais - disse.
Afastado da vida pública há 15 anos, o economista dedica parte do tempo a ações para ajudar a melhorar as condições de vida da população. No discurso, ele comentou que, apesar das reformas feitas no governo de Eduardo Leite, ainda há muito o que fazer. _
Ordem para inglês ver
Uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez lembrar uma das histórias de O Pequeno Príncipe, aquela do rei de um pequeno planeta que, para não ser desobedecido, voltava atrás nas suas próprias ordens.
Moraes autorizou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a voltarem a conversar. Ora, se os dois despacham no mesmo prédio, é óbvio que nunca deixaram de dialogar.
Barriga fria, o governador de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL), foi quem contou ao mundo, há alguns meses, que Bolsonaro e Valdemar conversavam regularmente. _
Corsan responde às críticas por falta d?água
Multada pela prefeitura de Passo Fundo em R$ 125 mil por dia até o restabelecimento total da água nos bairros afetados pelo rompimento de uma adutora, a Corsan/Aegea promete regularizar o fornecimento até amanhã.
O diretor de operações João José da Fonseca, o Jota, e a diretora-presidente Samanta Takimi informam que dois poços artesianos foram reativados, um novo já entrou em operação e outros cinco estão sendo perfurados. Além disso, investimentos foram antecipados.
- Sobre a multa, conversaremos depois com a prefeitura - disse Jota.
O rompimento da adutora em dois pontos, com uma semana de diferença, deixou 40% da cidade sem água nos dias de calor mais intenso.
Em relação às reclamações de Santa Maria, a presidente e o diretor garantem que não têm nada a ver com falta d?água ou problema maior na rede.
O motivo do descontentamento seria uma campanha de redes sociais contra o fechamento de poços artesianos irregulares, perfurados sem licença, e que colocam em risco a vida da população.
POLÍTICA E PODER
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