terça-feira, 18 de março de 2025


18 de Março de 2025
CONEXÃO BRASÍLIA - Matheus Schuch

Caminho para aprovação será longo

O presidente Lula convidou os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para uma cerimônia de apresentação do projeto que isenta de Imposto de Renda (IR) salários de até R$ 5 mil. O evento está previsto para ser realizado hoje, no Palácio do Planalto. Enquanto a equipe econômica ainda discute os últimos detalhes do texto, o presidente tenta reduzir resistências de parlamentares.

Na manhã de ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma versão da proposta a Lula. A ideia central é a mesma que foi apresentada no final do ano passado: compensar a perda de receita com um imposto mínimo de 10% de quem tem renda mensal superior a R$ 50 mil, incluindo o recebimento de lucros e dividendos distribuídos por empresas.

Em um cenário de desequilíbrio fiscal, a dúvida levantada por lideranças no Congresso é se a taxação dos mais ricos será suficiente para compensar o dinheiro que deixará de entrar nos cofres públicos.

Além do mais, a taxação de lucros e dividendos gera resistência de boa parte dos deputados e senadores. A ideia tentou ser levada adiante nos governos de Jair Bolsonaro e Michel Temer, mas não prosperou. Ao aliar a medida à isenção dos salários de até R$ 5 mil, o governo espera ver uma pressão popular em torno da proposta.

Lula já avisou os líderes do governo no Congresso que a ampliação da isenção do IR é prioridade absoluta, tendo em vista que foi uma promessa em 2022. Além de corroborar a ideia de aproximação com o Congresso, o presidente chamou Motta e Alcolumbre para a apresentação do texto em busca do apoio deles no tema.

O caminho para o projeto ser aprovado, contudo, será bem mais longo. E deverá exigir o empenho pessoal de Lula junto a líderes de partidos que ainda resistem à ideia. _

Esta coluna contém informação e opinião

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