segunda-feira, 10 de março de 2025


10 de Março de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

vitor.netto@rdgaucha.com.br

Carvão ativado contra gosto e cheiro ruins da água

Pela primeira vez em 13 anos, Porto Alegre voltou a utilizar carvão ativado no tratamento de água potável. Essa é uma medida drástica para minimizar o gosto e o cheiro ruins do líquido que sai das torneiras dos moradores na Capital. Por enquanto, a ação está restrita aos sistemas São João e Moinhos de Vento, considerados os mais críticos porque têm pontos de captação localizados muito próximos ao Rio Gravataí, o manancial mais afetado pela estiagem.

Esses dois complexos atendem 56 bairros e localidades de Porto Alegre, entre eles Moinhos de Vento, Centro Histórico, Menino Deus, Azenha e Petrópolis. Cerca de 650 mil pessoas recebem água desses dois sistemas.

Conforme o diretor-presidente do Dmae, Bruno Vanuzzi, nos últimos meses, o órgão trabalhou em busca da alternativa mais adequada para essa região, considerando estudos científicos. O carvão ativado era utilizado em todas as estações de tratamento de água (ETAs) de Porto Alegre até 2012, quando a técnica foi substituída pela aplicação de dióxido de cloro.

Os insumos agem de forma diferente: enquanto o carvão ativado atua por um fenômeno físico de adsorção dos compostos odoríferos, o dióxido de cloro age de forma química para reduzir as alterações sensoriais na água.

A operação com dióxido de cloro é mais simples, logo mais barata, mais rápida e envolve menos servidores.

Cerca de 7,2 toneladas de carvão ativado serão utilizadas por dia nas estações de bombeamento de água bruta (Ebabs) São João e Moinhos de Vento. Como o número de reclamações é baixo nos demais sistemas (Menino Deus, Tristeza, Belém Novo e Ilhas), o Dmae manterá nesses locais a aplicação da dose de 1,2 ppm (parte por milhão) de dióxido de cloro.

Os moradores de Porto Alegre não deverão sentir gosto ou cheiro diferente em decorrência do carvão ativado - além, claro, da melhora dos aspectos sensoriais. O carvão é usado na estação de bombeamento. Depois, a água vai para a estação de tratamento, onde ocorre todo o processo padrão, deixando-a própria para o consumo. _

Ao todo, são realizadas 2,4 mil análises diárias da água de Porto Alegre, tanto no Guaíba, quanto nas estações de tratamento e em pontos estratégicos da distribuição.

Como funciona - Defesa Civil debate desastres climáticos

A Defesa Civil de Porto Alegre realizará amanhã e quarta-feira o Workshop de Preparação e Mitigação de Desastres Climáticos. A iniciativa é mais uma etapa da atualização do Plano de Contingências de Defesa Civil e da elaboração do novo Plano de Preparação e Mitigação de Desastres Climáticos da Capital.

O coordenador da Defesa Civil, coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, afirma que o foco será a profissionalização das atividades e implementação de tecnologias de monitoramento e alerta, que a Capital já está efetuando com totens e outras iniciativas. _

Para ser usado no tratamento da água, o carvão ativado é despejado em um tanque de água, onde ocorre processo de agitação para manter o produto em suspensão. Essa mistura é colocada gradualmente junto à água bruta. Posteriormente, o volume segue em direção às ETAs para a sequência do tratamento, dentro dos padrões habituais.

As alterações de gosto e de odor na água são causadas por duas substâncias: geosmina e 2-metilisoborneol (MIB). As substâncias são inertes e inofensivas ao ser humano, mas produzem gosto e cheiro semelhantes ao de terra. Esse fenômeno costuma ocorrer no verão, quando há redução do nível do Guaíba. Nessa estação, a água também apresenta menos turbulência, o que contribui para a mudança das características do manancial. _

O Papa e a COP30 - aliás

Auxiliadora, Azenha, Bela Vista, Bom Fim, Centro Histórico, Cidade Baixa, Farroupilha, Floresta, Independência, Jardim Botânico, Menino Deus, Moinhos de Vento, Mont?Serrat, Partenon, Petrópolis, Praia de Belas, Rio Branco, Santa Cecília, Santana, São João e Três Figueiras.

O presidente da COP30, de Belém, embaixador André Corrêa do Lago, apresenta hoje uma carta com as diretrizes e objetivos da conferência a ser realizada em novembro. O lançamento será no Itamaraty, em Brasília.

Uma mensagem do papa Francisco foi lida na abertura da Campanha da Fraternidade 2025, em Brasília, reforçando importância da COP30, em novembro, em Belém. "O tema da Campanha expressa a disponibilidade da Igreja no Brasil em contribuir para que, durante a COP30, as nações possam se comprometer com práticas que ajudem na preservação da obra maravilhosa da Criação", disse o Papa, no texto. 

INFORME ESPECIAL

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