terça-feira, 11 de março de 2025


 
11 de Março de 2025
ACERTO DE CONTAS - Giane Guerra

Como ficarão os preços dos hortifrútis

Com o preço dos alimentos nos holofotes, importante observar a tendência para os hortifrutigranjeiros, tão saudáveis e presentes na mesa do consumidor. O calor acabou afetando vários deles, mas devemos ter uma normalização. Para a coluna, o presidente da Ceasa, Carlos Siegle, trouxe as projeções para os principais itens à venda no complexo de Porto Alegre. Confira abaixo. _

Hortaliças folhosas (alface, couve, rúcula, espinafre, agrião, etc.) e brássicas (repolho, brócolis, couve-flor)

Produção sentiu muito o calorão, que elevou o preço. Tradicionalmente, a oferta é baixa no verão, pois muitos nem plantam sabendo que a temperatura alta dificulta. Tendência de preços altos por mais algumas semanas, baixando com o avançar do outono, começando pelo alface. Há plantio de brócolis e repolho em março, para colheita no final do semestre.

Morango

Tendência de alta nos preços, pois a safra gaúcha é na primavera. Agora, estão se renovando os cultivos.

Cebola

Estoque alto com grande oferta nacional, mas o preço não tem como baixar muito mais. Com o avançar das semanas, o estoque vai baixar e entrar na entressafra, o que pode gerar leves altas de preço.

Aipim, batata doce e moranga cabotiá

Tendem a baratear com o aumento da oferta no Estado. São produtos locais.

Tomate

Não está caro em comparação a anos anteriores, mas o preço oscila bastante. Não está prevista escassez. Podem ocorrer altas e baixas pontuais de preço.

Batata

Seguirá com preço baixo por algumas semanas, pois ainda tem muita no mercado. Quando reduzir o estoque, o preço sobe.

Maçã

Colheita ganhará força, o que tende a baixar preços.

Uva

Safra está no final, então o preço aumenta.

Melancia

Safra gaúcha no final, mas altas de preço devem ser pequenas, porque a demanda cai com a chegada do frio.

Entrevista - Duas visões sobre o custo dos alimentos - Paulo Teixeira

"Uma série de alimentos já está diminuindo de preços", disse ao Gaúcha Atualidade o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

Quando as medidas chegarão ao consumidor?

É um conjunto de medidas. A primeira foi aumentar o Plano Safra. A segunda foi o dólar voltar a R$ 5,76. Uma série de alimentos já está diminuindo de preço e vai baixar mais. Supermercados ainda estão vendendo estoque que compraram na alta, mas já, já passarão ao novo preço. Temos resistência no café e no ovo, e teremos também problema com cacau e laranja.

Setores dizem que a redução do imposto de importação não terá efeito porque o preço internacional está alto e o Brasil é exportador.

Quero acalmar todo mundo que não são medidas permanentes, porque queremos que o agricultor continue competitivo. Diz que há competitividade maior do milho americano. Se você importar milho, terá condição de baixar o preço do milho aqui. Óleo de palma, que a indústria gastou em dois meses a cota anual de 60 milhões de toneladas. Aumentamos a cota, que é demanda da indústria. Estamos estudando o programa de alimentação do trabalhador, que tem intermediação financeira alta, passada aos preços pelos supermercados. _

Gedeão Pereira

"Inócuas", assim o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, definiu as medidas do governo federal ao Gaúcha Atualidade.

 As medidas do governo federal reduzirão preços?

Não vão alterar absolutamente nada, por uma razão simples: o Brasil é uma potência agrícola mundial, somos exportadores porque temos preços competitivos de milho, de café... De onde vamos importar? Carne bovina do Mercosul já tem tarifa zero. Reduzir imposto de importação é inócuo, é pirotécnico.

Há temor de medidas extremas?

Meu grande medo - e aí temos que colocar as barbas de molho - é o governo, ao não ter efeito prático, taxar as exportações que fazemos. Restringir seria um desastre. Os Kirchner fizeram isso na Argentina, a agricultura despencou e os preços explodiram.

O que fazer então?

A colheitadeira custa o preço de um apartamento de 170 m2 em região nobre de Porto Alegre. As margens do produtor estão apertadas, a inflação não é culpa dele. Temos que baixar o custo do Brasil e ter infraestrutura para o agro ser mais competitivo. Ainda assim, o país é a 3ª maior agricultura do mundo e, se o governo não atrapalhar, será a maior entre 2035 e 2040. Sem mexer na Amazônia, viu? _

Rede de SC no ponto que foi do Nacional

Rede de Santa Catarina, o Bistek abrirá um supermercado no ponto onde ficava um Nacional fechado há 10 anos, quando ainda era do Walmart. O terreno fica na Avenida Protásio Alves, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre. A empresa aguarda a autorização para demolir o prédio, abandonado e com paredes completamente pichadas. A próxima abertura de loja do Bistek no RS será em Tramandaí no início do segundo semestre, disse à coluna o diretor Walter Ghislandi. A ideia é chegar a 12 unidades pelo Estado. 

Quase fim do mistério

Começa a se desvendar o mistério do projeto de R$ 2,6 bilhões para Rio Grande. Shelka Marques, CEO da EnergyPro, explica estar retomando planos e reabrindo escritório em Porto Alegre. Trata-se de um complexo de geração de energia eólica e de biomassa de casca de arroz, em parceria com investidores europeus. Junto, teria data centers instalados por dois grupos dos Estados Unidos, não divulgados. Sobre o aporte financeiro, diz estar 70% garantido. Shelka disse que a EnergyPro saiu do RS em 2019, devido a problemas para escoar energia e obter licenças à época.

O projeto foi comprado em 2014 de uma empresa chamada IV, de grandes guindastes, e era chamado de Quinta Energia. Volta como Complexo Gerador Eólico Ventos do Rio Grande e 40 aerogeradores. _

ACERTO DE CONTAS

Nenhum comentário: