
Avaliação do mercado afugenta investidores
Sorte a nossa que os analistas do mercado financeiro erram mais do que acertam nas suas previsões e que os investidores (não os especuladores) não tomam suas profecias como sentenças incontestáveis.
Se assim não fosse, quem investiria um dólar furado neste Brasil de mais de 200 milhões de habitantes, uma das maiores economias do mundo? Quem plantaria soja, trigo ou milho? Quem abriria uma fábrica de automóveis ou colocaria bilhões na produção de energia eólica? Quem entraria nas licitações para construir estradas ou estender linhas de transmissão de energia elétrica?
A pesquisa Quaest divulgada ontem mostra que, aos olhos do "mercado financeiro", essa entidade que traça nossos destinos, o Brasil está mergulhado no caos. Não importa que o nível de emprego seja recorde, que o PIB tenha crescido 3,4% em 2024 (contrariando as previsões dos mesmos analistas), que a inflação esteja sob controle, mesmo que acima da meta por conta do aumento do preço dos alimentos.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, diz que uma pesquisa como essa afugenta investidores. Que, mesmo diante de indicadores sólidos, fica difícil vender o Brasil como um bom destino para as empresas implantarem seus projetos. Às previsões catastrofistas, somam-se problemas reais, como o custo Brasil, a insegurança jurídica e a elevada carga tributária.
Do pessimismo ao catastrofismo
Convencionou-se dizer que o mercado é assim mesmo, pessimista, porque cuida do dinheiro dos outros e precisa pensar nos piores cenários. A dúvida é onde termina o pessimismo e começa o catastrofismo. Porque a pesquisa Quaest ouviu 106 fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro, e o resumo é uma tragédia grega: 93% dos agentes do mercado acreditam que a política econômica vai na direção errada, 83% dizem que a economia vai piorar nos próximos 12 meses e 58% acreditam que o Brasil corre risco de entrar em recessão.
O mercado e o presidente Lula têm uma desavença antiga. Ele não perde oportunidade para esculachar os agentes que dão palpites sobre a economia. E eles, os agentes, têm horror ao governo Lula e a sua disposição para adotar medidas que agradam aos beneficiários em vez de priorizar o combate ao déficit público.
De fato, o déficit deveria ser uma preocupação de todos, porque gera inflação e provoca aumento da taxa de juros. Isso é diferente de olhar o Brasil só com o viés negativo. Pela pesquisa, 88% avaliam negativamente o governo Lula e 58% não têm bom conceito sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Só o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ainda não caiu em desgraça (tem 45% de aprovação) porque está conseguindo manter o juro na estratosfera. Aliás, Galípolo não faz nada de diferente do seu antecessor, Roberto Campos Neto, mas Lula perdeu o seu malvado favorito e não tem a quem culpar pelo juro alto. _
Gaúcha vai presidir Comissão de Cultura
Deputada federal em primeiro mandato, a gaúcha Denise Pessôa (PT) foi eleita presidente da Comissão de Cultura da Câmara. Aos 41 anos, Denise tem um histórico de envolvimento com a cultura desde que era vereadora em Caxias do Sul.
No ano passado, concorreu a prefeita na cidade e ficou em terceiro lugar.
A deputada é reconhecida no meio cultural pela contribuição à implementação das políticas públicas que marcaram a retomada do Ministério da Cultura, como a Lei Paulo Gustavo e a Política Nacional Aldir Blanc.
- Vamos priorizar o debate sobre o novo Plano Nacional de Cultura, que em breve será enviado pelo governo federal ao Congresso - disse ela, no primeiro discurso após ser eleita. _
PP terá pré-candidato
O bê-á-bá da política ensina que ninguém lança "pré-candidato a vice". Mesmo os partidos que sabem não ter força para eleger governador lançam um candidato a cabeça de chapa.
É isso o que o PP vai fazer no Rio Grande do Sul, para demarcar território e aglutinar a base, hoje dividida entre os que querem uma aliança com o MDB e os que preferem coligação com o PL.
No dia 31 de março, será criada comissão para tratar das candidaturas de 2026. Pelo menos cinco líderes do partido devem colocar o nome à disposição: o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo; a deputada Silvana Covatti; o presidente do partido, Covatti Filho; o senador Luis Carlos Heinze; e o deputado Frederico Antunes.
Hoje, Polo é candidato à reeleição a deputado estadual e não a federal, como chegou a se especular. Frederico, sim, deve concorrer a uma vaga na Câmara. _
Leite pede apoio de empresários para continuidade do projeto de governo
Na terceira reunião-almoço de um périplo pelas federações empresariais, o governador Eduardo Leite mostrou mais afinidade com o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, do que imaginaria quem acompanhou os embates entre os dois à época em que o governo tentou aumentar a alíquota geral de ICMS.
Depois de ouvir o discurso de Rodrigo na abertura do Tá na Mesa, Leite disse:
- Quase ia dispensar minha fala porque a sua estava tão boa que eu não teria muito a acrescentar. Sinal de que o futuro nos une.
Na contramão do presidente dos EUA, Donald Trump, Rodrigo defendeu a atração de imigrantes para suprir a falta de mão de obra no Rio Grande do Sul e inverter a pirâmide etária.
O presidente da Federasul disse também que o foco na "agenda de costumes" tira energia da discussão que interessa ao cidadão.
Leite concordou com esses e outros pontos, mostrou as reformas feitas no seu governo e apelou aos empresários para que não permitam um retrocesso no Estado. _
Para quem dizia que para fechar o STF bastaria "um soldado e um cabo", Eduardo Bolsonaro bateu em retirada cedo demais. Não precisou de jipe, mas de uma passagem para os EUA. Fugiu por medo e deu sinais de que pedirá asilo.
mirante
O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, anuncia hoje novidades no secretariado. Uma delas é a entrada do ex-prefeito de Porto Alegre José Fortunati como secretário de Governo.
Ninguém desiste do que nunca foi. O cantor Gusttavo Lima se lançou candidato a presidente, mas desde o início estava claro que a estratégia era chamar atenção para o governador Ronaldo Caiado, de Goiás, esse sim presidenciável. Os dois são amigos de fé.
Tamyres Filgueira, que foi candidata a vice-prefeita de Porto Alegre nas eleições de 2024, trocou o PSOL pelo PT. A filiação será confirmada na segunda-feira.
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