
Juro alto é ameaça para dívida pública
Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Banco Central (BC) vai cumprir a missão de levar a inflação para a meta, mas terá de fazer isso de maneira "inteligente". A expressão deixou economistas intrigados, mas é bom lembrar que, além de frear a atividade econômica, a alta do juro - única ferramenta que o BC tem para barrar repasses - pressiona a já pesada dívida pública do Brasil.
Conforme projeção do próprio BC feita em novembro passado, cada ponto percentual de aumento no juro básico eleva a já pesada dívida pública do Brasil em cerca de R$ 55 bilhões. Isso significa que só o choque monetário iniciado em dezembro vai adicionar R$ 165 bilhões aos R$ 7,3 trilhões de pendências acumulados até o final do ano passado.
É também por isso que há necessidade de graduar a elevação da taxa básica com cuidado, com atenção à máxima de que a diferença entre remédio e veneno é a dosagem. O aumento da dívida provoca o mesmo efeito que o aumento do juro pretende anular: pressiona a inflação.
Esse é princípio básico do temor de dominância fiscal que inquieta um número crescente de economistas. E é o motivo pelo qual o melhor, a essa altura, é que o juro alto faça o efeito esperado: esfrie a atividade econômica. Caso contrário, o governo estaria gastando dinheiro com maior remuneração dos credores sem resultado.
E é por isso, também, que agora o mercado questiona de maneira mais incisiva medidas do governo Lula que resultam no efeito contrário, seja por aumento da renda disponível ou incentivo ao consumo. Ao neutralizar ao menos em parte o resultado desejado do juro alto, elevam o risco da tal de dominância fiscal. No início do ano, Haddad falou em "calibrar o crescimento". É disso que o país precisa agora.
O que é dominância fiscal
Situação em que o desequilíbrio das contas públicas é tão grande que torna sem efeito a política monetária - executada por meio da graduação do juro. Mais ainda, significa que os aumentos da taxa básica adotados para frear a atividade econômica e, assim, tentar controlar a alta de preços, produzem consequência oposta: aumentam a inflação. _
RS vai receber R$ 400 milhões em apoio via operação do Itaú
Uma operação internacional de R$ 1,4 bilhão do Itaú Unibanco, em parceria com a IFC (International Finance Corporation, integrante do sistema do Banco Mundial) e o IDB Invest vai destinar R$ 400 milhões ao financiamento de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) do Rio Grande do Sul para a reconstrução econômica depois da enchente de maio de 2024.
- Estamos comprometidos em apoiar nossos clientes na transição para uma economia de baixo carbono, fornecendo o capital necessário para impulsionar o desenvolvimento sustentável e enfrentar os desafios climáticos cada vez mais presentes - afirma Daniel Goretti, diretor da Tesouraria do Itaú Unibanco.
Os recursos para o Estado são parte do maior volume, de R$ 1 bilhão, que será destinado a MPMEs de todo o Brasil. Outros R$ 400 milhões serão aplicados em projetos de preservação da biodiversidade dentro do Programa Reverte, iniciativa da Syngenta da qual o Itaú BBA é o parceiro financeiro.
O objetivo é dar condições técnicas e financeiras para a conversão de áreas de pastagens degradadas em áreas agriculturáveis. O Reverte é considerado a maior iniciativa privada de apoio à conversão de áreas degradadas, contribuindo para o crescimento da produção agropecuária sem expansão da fronteira agrícola sobre áreas de vegetação nativa.
O Itaú Unibanco lançou títulos que seguem os critérios de finanças sustentáveis do banco, alinhados aos princípios de títulos verdes e sociais da International Capital Market Association (ICMA) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. _
R$ 5,717
foi fechamento do dólar na sexta-feira, resultado de alta de 0,72%. Depois de sete quedas em sequência, a cotação voltou a subir sob temor de imposição de tarifas por Donald Trump, com início previsto para abril.
Gaúcha no rumo da internacionalização
Um acordo vai conectar uma empresa gaúcha à gigante da tecnologia HP. Com sede em Porto Alegre, a Trinca fez parceria com a agência espanhola Nacar Design, que desenha produtos da HP. Focada em tecnologia e design, vai entrar com a parte digital e de desenvolvimento na cooperação com a Nacar. Para a empresa gaúcha, que tem escritório em Barcelona, na Espanha, o acordo é mais um passo em sua internacionalização. Neste ano, pretende expandir no mercado americano, também com escritório próprio. Prevê crescer 20% em 2025. _
Conforme a bolsa de valores, a B3, em 16 de dezembro, a posição comprada em dólar (aposta contra o real) de investidores estrangeiros era de US$ 77,6 bilhões. Na quarta-feira, havia recuado para US$ 42,2 bi. Caiu US$ 35 bi.
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