quinta-feira, 9 de julho de 2020


09 DE JULHO DE 2020
ARTIGOS

O ENSINO REMOTO EMERGENCIAL


Professora da Faculdade de Educação da UFRGS e coordenadora do Núcleo de Tecnologia Digital aplicada à Educação pbehar@terra.com.br

O ensino remoto emergencial (ERE) e a educação a distância (EAD) não podem ser compreendidos como sinônimos, por isso é muito importante, no contexto que estamos vivendo, clarificar esses conceitos. O termo "remoto" significa distante no espaço e se refere a um distanciamento geográfico. O ensino é considerado remoto porque professores e alunos estão impedidos por decreto de frequentarem instituições educacionais, para evitar a disseminação do vírus.

É "emergencial" porque do dia para a noite o planejamento pedagógico para o ano letivo de 2020 teve que ser engavetado. Foi preciso pensar em atividades pedagógicas mediadas pelo uso da internet, pontuais e aplicadas em função das restrições impostas pela covid-19, para minimizar os impactos na aprendizagem advindos do ensino presencial. O currículo da maior parte das IEs não foi planejado para ser aplicado remotamente. Por isso o professor, acostumado à sala de aula presencial, teve que deixar seu universo familiar e se reinventar. Portanto, o ensino remoto emergencial é uma modalidade de ensino que pressupõe o distanciamento geográfico de professores e alunos e foi adotado de forma temporária nos diferentes níveis de ensino, por instituições educacionais do mundo inteiro, para que as atividades escolares não sejam interrompidas.

Por outro lado, a EAD é uma modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação e possui um modo de funcionamento próprio. Na EAD é preciso criar um modelo pedagógico, constituído por uma arquitetura pedagógica, composta por aspectos organizacionais, de conteúdo, metodológicos, tecnológicos e as estratégias a serem empregadas.

Seja através do ERE ou da EAD, tenho certeza de que os professores passaram ou estão passando por algum destes quatro Ds: o "desânimo", quando muitos se desconectaram, se desanimaram; o "desafio", em que houve conflito, dor, paralisia, mas foi preciso sair da zona de conforto; o "desespero", quando fizeram tudo ao mesmo tempo e entraram em pânico, e, por último, o "desenvolvimento", que é a única forma de resolver nossos desafios! Juntos iremos nos superar e construir novas formas de aprender e ensinar nas nossas escolas e universidades.

PATRICIA ALEJANDRA BEHAR

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