08
de dezembro de 2012 | N° 17277
PAULO
SANT’ANA
Arena insimilar
Impossível
hoje deixar de falar sobre nossa nova casa, a Arena, que se inaugura neste dia.
Esses
dias, fui visitar a Arena. Fiquei chocado e emocionado: é deslumbrante.
Vazia,
a Arena diante de meus olhos ficou deslumbrante. Imagino-a hoje à noite, lotada
de público, deve ser insimilar, ou seja, única, como diz o ministro Ayres
Britto.
A
Arena é a nossa nova casa. Minha casa. Minha casa é tão bonita, pelas joias que
ela tem. Tem varandas, tem jardins, tem gramado, tem goleiras e tem muitas
cadeiras para os torcedores sentarem.
Minha
casa é uma riqueza, minha casa que tem tudo. Como toda casa, se prepara a
partir de hoje para ser palco de grandes alegrias e também, é lógico, de
tristezas. Que sejam maiores as alegrias que as tristezas.
Eu assisti,
por volta de 1950, a uns cinco jogos na Baixada, a velha e original casa do
Grêmio, ali onde hoje fica o Parcão.
Se
chamei carinhosamente o Olímpico, às vésperas de ser demolido, de nossa Saudosa
Maloca, então a Baixada era um cortiço.
E
agora vamos nos mudar, hoje, para esse palácio encantado chamado Arena. Como
progredimos na vida!
É
uma casa nova com cheiro de tinta nova. Nós vamos olhar para ela hoje à
tardinha, quando chegarmos, com um misto de orgulho e de surpresa. Vamos tatear
dentro dela, tentando nos acostumar.
Já
lá se vão, portanto, três casas do Grêmio em exatamente três gerações, a
Baixada, o Olímpico e agora a Arena.
Nossa
casa nova é tão bonita! Dá gosto a gente ver.
É
tão nova a nossa casa, que a gente não sabe nem como chegar lá. Ontem, eu
estava tentando olhar uns mapas de acesso à Arena. Imaginem, é tão nova e tão
aguardada, que não sabemos nem como chegar a nossa casa nova.
Mas,
também, nós nos mudamos de repente lá da Azenha para o Humaitá, atravessamos a
cidade. Foi uma mudança por demais repentina. Tão repentina, que o finalizador
do Olímpico, presidente Hélio Dourado, disse que só sairia do Olímpico
despejado e se recusa dramaticamente a pisar na Arena.
Desculpe,
doutor Hélio Dourado, nós, gremistas, hoje vamos pisar na Arena porque não
podemos virar as costas para o futuro.
Como
será o futuro da nossa casa? Viveremos por certo dentro dela grandes glórias.
Abriremos
as portas de nossa casa para inúmeros visitantes. É inevitável que o nosso
grande e histórico rival, o Internacional, visite várias vezes a nossa casa.
Esperamos que ele se comporte e nos dê chances de vitoriarmo-nos algumas vezes
sobre ele.
Abrem-se
hoje as cortinas da nossa nova casa. É uma casa de paixão e isso garante que
será uma casa de grande vibração.
Nossa
casa é tão bonita, que dá gosto a gente ver! Hoje é a estreia e inauguração de
nossa casa.
O
que esperamos nós desta torcida indomável é que nossa casa que hoje se inaugura
seja o maior relicário das nossas futuras e enormes conquistas.
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